
Na infância, contemplar é aprender sobre si mesmo e sobre o mundo
Ana Carol Thomé e Tais Romero falam sobre as habilidades desenvolvidas quando a criança contempla e dão dicas para oportunizar essa experiência
Foi para defender a necessidade de desacelerar na infância, desprendendo-se do hiperconsumo, da sobrecarga de informações e do excesso de telas, que foi criado o Slow Kids, um movimento que convida crianças (e suas famílias) a participarem semestralmente de um grande evento ao ar livre. A proposta é que todos se reúnam para brincar, em contato com a natureza.
Quem deu os primeiros passos dessa iniciativa foi a dupla Tatiana Weberman e Juliana Borges, que juntaram suas experiências e fizeram a parceria com o Instituto Alana, idealizador e coordenador de diversos projetos na área da infância – Criança e Consumo, Prioridade Absoluta, Outro Olhar, Criança e Natureza e Território do Brincar, entre outros.
Ilustração Marcelo Tolentino
As idealizadoras definem e defendem o tempo de brincar como momento de descobrir, observar e experimentar. É tempo de ócio, de ter espaço para se conhecer, de investigar emoções. Tatiana enfatiza que, além de privilegiar o brincar livre e o contato com a natureza, o projeto destaca a importância de a criança frequentar espaços públicos.
Juliana conta que hoje, no Brasil, a criança passa em média cinco horas por dia em frente às telas, dado que aparece no documentário Criança, a alma do negócio. Também menciona que 33% das crianças brasileiras estão obesas ou têm sobrepeso, o que acredita ter muito a ver com a exposição aos dispositivos eletrônicos. “O impacto negativo dos jogos eletrônicos é observado tanto no desenvolvimento físico das crianças como no emocional, social e mental. Por isso, é importante que esse tempo com as telas seja limitado e sempre acompanhado por um adulto”, afirma.
Em tempos em que mães e pais têm sobrecarga de trabalho e passam horas fora de casa, elas chamam a atenção para a necessidade de se valorizar os momentos em família. “É quando os pais devem estar disponível para a criança, buscar fazer atividades juntos, conversar, entender de que gostam e não gostam. Vale se deixar levar pelo universo das crianças”, sugere Tatiana.
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