André Neves: "quem faz literatura é sonhador"

11/12/2017
Se quem faz literatura é sonhador, André Neves é, sem dúvida, um dos principais sonhadores da literatura infantil brasileira. Sensível, com um traço inconfundível -ao mesmo tempo sutil e profundo-, o recifense radicado em Porto Alegre tem sonhado uma obra inventiva, lírica, poética, despretensiosa e múltipla, diversa.   [caption id="attachment_6204" align="aligncenter" width="415"] ("Entre nuvens" / André Neves (Texto e ilustrações)[/caption] Várias vezes indicado ao Jabuti, o mais importante reconhecimento nacional para a literatura, André Neves levou o troféu de melhor livro infantil do ano com "Obax", da Brinque-Book, em 2011. Em 2017, amealhou o terceiro lugar na categoria Ilustração com "Nuno e as coisas incríveis", publicado pela Jujuba. Em 2003,  "Sebastiana e Severina", da Difusão Cultural, havia lhe garantido o prêmio de terceiro melhor livro infantil. Como se fosse pouco, recebeu diversas vezes o selo "Altamente recomendável" da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e costuma ser indicado frequentemente nas listas de "30 melhores livros infantis", publicadas anualmente pela Revista Crescer, da Editora Globo. Ele topou brincar com a gente e responder às perguntas que o Blog da Brinque  faz, quinzenalmente, a autores e ilustradores convidados: sempre as mesmas perguntas, sem regras para as respostas: Quem é você? André. Uma pessoa comum. Quem faz livros é o quê? Quem faz livro é editora. Quem faz literatura é sonhador. Como é o lugar em que você trabalha? Trabalho em casa. Mais confortável e tenho tudo que preciso para criar à mão. Em espaço amplo, arejado e iluminado. Quais são suas técnicas prediletas para desenhar, escrever, ilustrar e imaginar? Uso técnica mista. Com variedade de material utilizado. Na base: acrílica, guache, tempera. Como é que você tem uma ideia para escrever ou desenhar? E como tira ela da cabeça e coloca no papel? É muito difícil explicar. É um processo às vezes longo. Onde a imagem ajuda na composição das palavras, e as palavras na composição das imagens. E as duas seguem no mesmo ritmo até o momento exato de mandar para impressão. Qual foi a ideia mais brincante que você teve e que virou livro? Ainda estou esperando essa ideia aparecer. Seus lápis e cadernos brincam com você? Não. São meus brinquedos. EU que brinco com eles. Quando não tem ninguém olhando, do que você brinca? E quando tem alguém olhando? O que ninguém vê: meu dormir para brincar de sonhar. O que gosto que as pessoas vejam: eu em leitura, para mostrar que podemos sonhar acordados também. Em que momento, lugar, clima, hora do dia ou posição você mais gosta de ler, escrever ou desenhar? Quando o tempo abre espaço para isso. Em vários e variados momentos. O que você mais gostava de ler quando criança? Mudou muito para os dias de hoje? Sim, mudou. Gostava de ler histórias infantis e juvenis. Li muita dramaturgia também em uma época. Hoje leio literatura infantil e juvenil. Mas minha concentração e busca maior são bons romances e contos na linguagem propriamente adulta.
Compartilhe:

Veja também

Voltar ao blog