Quer embarcar numa aventura pela história da arte na cultura ocidental? Até dezembro, as crianças podem viajar para conhecer importantes obras-primas da humanidade na exposição O trem da história, baseada no livro homônimo de Katia Canton, na Caixa Cultural Salvador. Autora de diversos livros que trazem a história da arte para crianças, Katia é também curadora da mostra.
Na exposição, há reproduções de quadros e experiências tridimensionais. “A exposição é uma transposição do livro no espaço tridimensional”, explica, relacionando a mostra ao título, publicado pela Companhia das Letrinhas em 2003. Na obra, o protagonista é um menino inspirado no quadro O escolar, de Vincent Van Gogh, que viaja de trem pelo universo das artes plásticas. A cada acontecimento, uma tela importante é apresentada à criança, como Rosa e azul, de Renoir, A canoa sobre o Epte, de Monet e As tentações de santo Antão, de Bosch.
Todos esses quadros apresentados ao leitor podem ser vivenciados pelo visitante na exposição. Logo na entrada, o visitante se depara com um trem tridimensional, inspirado na obra Estação de Ferro da Central do Brasil, de Tarsila do Amaral, que o guia pelo universo artístico. A cada parada, um capítulo do livro é apresentado de forma lúdica. O quadro Sete lagos, de Leda Catunda, por exemplo, é mostrado com grandes tapetes no chão, que formam os lagos de plástico. Já a Cachoeira, de Carmela Gross, virou uma projeção sonora na parede.
As reproduções se revezam com espaços interativos, em que as crianças têm acesso a totens informativos sobre as obras. E são convidadas a experimentar as atividades propostas por um passaporte entregue logo na entrada. “A criança usa o passaporte como um guia a ser preenchido. Quais lugares que você gostaria de visitar no trem da história? Tem o Mapa-Múndi, em que as crianças podem marcar os lugares aonde querem ir. Tem uma parte para desenharem ou escreverem as comidas que querem levar para o lanche, as músicas que gostariam de ouvir. No final, você carimba o seu passaporte como alguém que foi aceito a entrar no mundo da arte”, explica.
Um destaque da mostra é a música de piano que ecoa em uma sala, representando a Bailarina de catorze anos de Edgard Degas e Primavera, de Marc Chagall. Ali, o piano é feito com teclas de torradeiras, e uma cortina com notas musicais convida as crianças a se enrolarem, como se fossem parangolés.
A proposta é apresentar às crianças obras de importantes artistas de um jeito divertido. “É a historia de um menino que está entediado e que entra num trem ao acaso. Essa narrativa aproxima a criança da história da arte com empatia, porque ela se sente o menino, entra na história”, diz a curadora, que defende experiências lúdicas para o ensino das artes. “É muito eficaz para ensinar. As histórias, os contos de fadas, as narrativas, as fábulas, eles têm esse dom de aproximação do público com os conteúdos de uma forma muito rápida, intensa e com empatia. É um jeito muito bacana de trabalhar com a história da arte, a história da vida, a história das pessoas.”
Anote na agenda
Exposição O trem da história, uma viagem pelo mundo da arte
Quando: até 16/12, das 9h às 18h
Onde: CAIXA Cultural Salvador (r. Carlos Gomes, 57)
Quanto: grátis