"O Urso de Todas as Cores" é lançamento de Stephen Michael King; conheça a obra

27/11/2018
Stephen Michael King é um dos mais premiados autores contemporâneos de literatura infantil. Escritor de livros como O Homem que Amava Caixas e coautor de outros como A Árvore Magnífica (junto com o também incrível Nick Bland), tem em seus traços e na simplicidade com que aborda temas complexos suas principais características. Ele esteve no Brasil entre os dias 7 e 11 de novembro, a convite da Brinque-Book, e participo da Feira do Livro de Porto Alegre e de dois encontros em livrarias em São Paulo. Além de uma entrevista exclusiva e da cobertura da agenda de Stephen no Brasil, estamos publicando as resenhas de todos os 15 livros do autor já lançados pela Brinque por aqui. Hoje vamos resenhar O urso de todas as cores.     O livro começa com a guarda (a parte interna da contra-capa) toda ilustrada em preto-e-branco, como se fosse um livro de colorir. Nela, é possível acompanhar um urso sozinho pela cidade grande, que se revela, aí já colorida, na página de rosto, onde o autor faz seus agradecimentos. Na primeira página, o grande urso branco chega em casa com presentes para os filhos. Pelas ilustrações, o leitor atento nota que papai urso deu aos pequenos ursinhos coisas como lápis coloridos, pincéis, tintas, cores. Depois de abraçar a família, vão todos para a cama. No dia seguinte, porém, o pai acorda completamente colorido. Em seu corpo, há desenhos de todas as cores. Ele então mergulha nas águas geladas -é um animal polar, afinal- e sai sem cores na outra margem. Acontece que, a cada dia, o pai acorda colorido sem conseguir entender o que está havendo: mesmo desenhado, ele sente-se perfeitamente bem. Como pode acordar sempre repleto de desenhos e cores? Quando o urso finalmente descobre, resolve entrar na brincadeira. Como em ouras obras do autor, este lançamento traz metáforas potentes sobre as relações, o amor, a infância, a vida. Quando as crianças nos provocam a brincar, o que fazemos? Quem ainda brinca em nós, adultos cheios de compromissos? Como e com quem escolhemos colorir nosso tempo? A obra nasceu de um livro de colorir que Stephen Michael King foi convidado a fazer. Observando as crianças, ele reparou no modo como elas coloriam os desenhos, por vezes ignorando e subvertendo as linhas e traços de "contorno", criando, por si mesmas, desenhos dentro do desenho. Ainda bem. Stephen Michael King também subverte seus próprios contornos ao pintar os ursos de todas as cores. Que os contornos apenas os orientem, nunca nos definam. E que nos deixemos pintar com todas as cores. Essa parece ser a tônica do novo livro, que o delicado autor australiano veio lançar no Brasil.
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