Isso é alimento afetivo, alimento emocional, bagagem cultural para o resto da vida
Edi Fonseca
2) Ofereça poesia e brincadeira com as palavras: os bebês adoram poesia. São muito bons leitores desse tipo de texto. Isso porque a poesia tem ritmo, e os pequenos se sentem muito atraídos pelo ritmo. "Desde a barriga ouviam o ritmo do coração da mãe", explica Edi. As rimas também encantam os pequenos pela musicalidade -ritmo novamente. Histórias de acumulação -quando vão se somando situações e personagens a uma situação inicial, como em A Velha a Fiar ou no livro Carona na Vassoura, por exemplo- ou de repetição -um bom exemplo é Bruxa, Bruxa, venha à minha festa- também fazem sucesso entre os muitos pequenos. 3) Procure livros de que você goste: a livreira espanhola Lara Meana, que também escreve livros e é mediadora de leitura, sempre diz que não é possível apaixonar outra pessoa por algo de que não gostamos. Nosso entusiamo entusiasma os nossos filhos e faz com que ele tenham vontade de compartilhar nossa felicidade. É importante escolher para ler com os pequenos uma obra que te emocione de verdade.“Perto de sua casa, caminhando animada, dona cabra encontrou uma lâmpada encantada”
"Abra pra cabra", de Fernando Vilela
4) Amplie o repertório fugindo das simplificações: muito rosa, muito azul, muitas cores. Desenhos de traços infantilizados. Estereótipos. Fuja deles. Os bebês estão ávidos pelo mundo e têm as ferramentas necessárias para interiorizar um mundo diverso, complexo, com todas as cores, com traços diferentes, com a personalidade artística de quem desenhou aquela imagem... Pense que todas essas diferentes informações, emoções, sensações vão criando um repertório para o bebê e fortalecendo suas habilidades emocional e estética, o que facilita sua relação com o mundo e sua capacidade criativa -de criar respostas novas e mais adequadas a situações potencialmente desafiadoras. As imagens são fundamentais para os bebês. Escolha as melhores! 5) Leia exatamente como está no livro: às vezes, diante de uma palavra menos usual ou de uma construção mais complexa, não resistimos à tentação de trocar por opções mais simples. Edi Fonseca recomenda ler exatamente como está no livro. É justamente a "música diferente" dessas palavras "difíceis" um dos encantos da leitura para os pequenos. A ponto, lembra ela, de os bebês as guardarem de cor e chamarem a atenção dos adultos quando não leem "direitinho".