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"Carona na vassoura", de Julia Donaldson (texto) e Axel Scheffler (ilustrações)[/caption]
Bebês são excelentes leitores. Eles têm muita vontade de ouvir nossa fala, nossas palavras, o ritmo delas. Isso porque ritmo faz parte da vida deles desde a barriga, quando ouviam-sentiam o pulsar do coração da mãe.
O som do que falamos é especialmente prazeroso para -caso dos bebês- quem identifica a musicalidade desse som e deseja aprender seu significado.
Não à toa, eles gostam muito é justamente dos livros que brincam com as palavras e com o ritmo delas, como os que contém
rimas, os de
acumulação (em que personagens ou partes da história vão se somando, como no conta da velha a fiar), os de
repetição (trechos ou personagens se repetem). Assim, os pequenos conseguem também antecipar o que vai acontecer na história -e se divertem à beça com isso.
Pensando nessas dicas aí acima, da Edi Fonseca, pedagoga, formadora de professores, contadora e especialista em bebês, selecionamos uma títulos muito muito especiais para ler com os bebês, cuja lista-inspiração você lê a seguir.
>>Por que ler para crianças tão pequenas? Dê uma olhada aqui.
>>5 dicas de como ler para os bebês, com Edi Fonseca, neste link.
Com rimas
1) Abrapracabra, de Fernando Vilela:
“Perto de sua casa, caminhando animada, dona cabra encontrou uma lâmpada encantada”. Com esse mote e com esse ritmo, o artista premiado Fernando Vilela leva uma cabra para vários cenários diferentes. A cada rima, um novo lugar e um novo animal a descobrir: do Saara ao Polo Norte, saindo do sertão do Brasil. Premiado pela
Revista Crescer.
Sempre tive vontade de fazer histórias fantásticas com personagens que atravessam portais e se transportam para outros lugares
Fernando Vilela
2) Eu, de Janaina Tokitaka: neste livro deliciosamente rimada e repleto das aquarelas da talentosa Tokitaka, uma criança pequena vai se descobrindo nas pessoas que a cercam. Brincando de testar papéis, ora o menino é pianista como o vô, ora desenha como a mãe, ora late e rosna como o cachorro. Além das rimas e ritmos, o livro está centrado na descoberta do "eu", como muitas vezes acontece com os bebês.
3) Gato xadrez, de
Isa Mara Lando (texto) e
Tatiana Paiva (ilustrações): com ilustras coloridas e texto rimado, o livro mostra um bichano muito animado tentando descobrir seu próprio estilo. Com frases curtas e muito ritmo, a obra trata da descoberta de si de um jeito muito divertido. Será que vale ser listrado só no bigode? As crianças adoram o movimento do texto e das ilustras coloridas.
Acumulação e repetição
4) Carona na vassoura, de
Julia Donaldson (texto) e
Axel Scheffler: esta premiada dupla que assina
O Grúfalo fez também este livro incrível e divertido, que virou até filme curta-metragem indicado ao
Oscar. Obra premiada pela
Crescer, narra a aventura de uma bruxa e de todos os seres que ela foi somando em sua vassoura e em seu coração.
5) Uma noite assustadora, de
Lesley Gibbes (texto) e
Stephen Michael King (ilustrações):
em uma noite escura e assustadora, a lebre, o gato e o porco partiram numa viagem, cada um carregando um objeto. Percorrendo vales e montanhas, florestas e grutas, o trio segue em direção a uma localização misteriosa, enfrentando diversos perigos. Para que servem os objetos que eles levam? Qual o objetivo da viagem noturna? O leitor descobrirá apenas no final deste divertido livro!

PS:
Margô e a raposa, de
Mem Fox (texto) e
Patricia Mullins (ilustração): esse livro de acumulação é tão, mas tão bacana que a gente não aguentou deixar de fora da lista. Margô, a galinha, está vendo algo perigoso na moita. Mas nenhum outro animal acredita nela. Conforme a história passa, fica claro para o leitor que os animais estão em perigo. Será que Margô vai conseguir salvar a todos? Neste conto cumulativo, divertidíssimo, as ilustras em colagem com papel de seda também contam a narrativa.
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PPS da Bruxa: eram cinco dicas, viraram seis com o PS da Margô e agora sete com este PPS. Mas a gente explica: um livro de repetição tão amado quanto o
Bruxa, bruxa, venha à minha festa precisava estar na nossa lista, certo? Então, lá vai: tudo começa com esse delicioso -e assustador- convite:
Bruxa, bruxa, por favor, venha à minha festa?. A bruxa topa, mas impõe sua condição. Que o gato também seja convidado.
Gato, gato, por favor, venha à minha festa?. O gato topa, mas quer que o espantalho seja convidado, que, por sua vez, quer que chamem a coruja... e assim por diante. Com ilustrações hiper-realistas e assustadoras, é um
bom espaço para os pequenos elaborarem seus medos.