"Bom pra Cuca" no Blog da Brinque: rotina na hora do sono e vínculo forte via literatura infantil

25/04/2019
Danielle Rossini, psicóloga, virou mãe em 2012. E descobriu que, mesmo com todas as informações, teorias e conhecimentos que já tinha, ainda faltava um bocado para aprender. Abriu o coração para essa nova jornada e, nesse processo, criou o Bom pra Cuca. Assim como todo início, começou pequeno e o projeto foi crescendo e mostrando a que veio: de encontros presenciais com famílias e assessorias em escolas em São Paulo, se tornou também uma plataforma digital de desenvolvimento. [caption id="attachment_5751" align="aligncenter" width="450"] Ilustração de Hrefna Bragadottir em "O livro do Lívio"[/caption] Os livros chegaram ao Bom pra Cuca também pelas mãos da filha mais velha -- para quem Danielle lê diariamente desde que a pequena tem dois anos, como parte da rotina do sono -- e foram ficando, ficando, ficando. Porque Danielle se deu conta de que literatura é, mais que presença, vínculo, relações, espaço de desenvolvimento afetivo, cognitivo, pessoal. Terceiro bate-papo da série com as Famílias Leitoras Brinque-Book, ela vai contar aqui um pouco da experiência leitora da família, respondendo a três perguntas. >>Leia os bate-papos anteriores: aqui, com Coisas da Lara, e aqui, com Lendo junto.

"Ler facilitou muito a autonomia no sono dos meus filhos", conta essa mãe leitora. E você? Como lê para os seus pequenos?

  O que é literatura para você? Literatura é algo que vai muito além do processo de ler. Sou uma mãe e uma neurocientista, então entendo que a literatura é um super veículo para que eu possa desenvolver várias relações afetivas com as crianças, com os meus filhos -- e uso isso também no meio ambiente de trabalho. É uma forma de desenvolver relação social, então a gente fala também de cognição social. E podemos estimular vários aspectos, como a linguagem, a atenção, o processo criativo, o desenvolvimento do raciocínio. Então, a literatura é uma dos veículos mais ricos que a gente pode ter no estabelecimento das nossas várias relações com as crianças.

A literatura é uma dos veículos mais ricos que a gente pode ter no estabelecimento das nossas várias relações com as crianças

  [caption id="attachment_6111" align="aligncenter" width="989"] Ilustração de Sarah Warburton em "A princesa e o gigante" (texto de Caryl Hart)[/caption] Como sua família lê? Minha família lê de várias formas; nós temos aqui diferentes leitores. A gente tem o nosso horário da leitura diário, que é na hora de dormir e faz parte da nossa rotina do sono. E isso foi um divisor de águas muito significativo. Comecei a ler com a minha mais velha, de fato, de maneira mais efetiva, quando ela tinha dois anos. A entrada da leitura [na rotina dela] estimulou muito um processo de sono mais autônomo e independente. Agora eu tenho um [filho] pequeno e ele já está inserido nesse processo de leitura desde que nasceu. E isso facilitou muito mais: ele percebe esse momento [de ler junto] de um outro jeito, mas também já entende que [ler] o prepara para o sono. Além disso, a literatura, a leitura, os livros fazem parte da nossa rotina no almoço, no jantar, porque a gente conversa. Além da gente ler, eu gosto muito de usar os livros como forma de bate-papo; usamos os livros nas conversas: "como aconteceu naquele livro, poxa, será que não é importante a gente prestar atenção no que o outro sente"? Uso muito o livro como forma de trazer esses bate-papos que engrandecem nosso dia a dia.

Além da gente ler, eu gosto muito de usar os livros como forma de bate-papo

  Por que você criou seu canal? Conta para a gente essa história. O Bom pra Cuca surgiu num momento em que eu via muito a necessidade de colocar as teorias que eu sabia na prática. Isso aconteceu lá em 2012, quando me tornei mãe. Eu percebia que era uma psicóloga cheia de ideias e teorias, mas que precisava de mais ferramentas para colocar tudo isso na prática, sem que eu fosse julgada, sem que tivesse um certo ou um errado. [Queria] um espaço para entender como as coisas aconteciam, para poder me perceber, perceber as crianças nesse processo e tomar uma série de atitudes que são coerentes, que são consistentes. Então o Bom pra Cuca surge nessa forma, na forma de ajudar as pessoas que são gente grande -- e aí são os pais e educadores -- a conhecerem mais, a entenderem mais, a perceberem mais as crianças, os pequenos. E com isso, ajudar no desenvolvimento dos aspectos cognitivos, sociais e afetivos deles. E você? Conte nos comentários como lê para os seus pequenos.  
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