Tudo tem princípio e fim
Marina Colasanti (texto e ilustrações) Neste livro delicado, a autora, sete vezes ganhadora do Jabuti, demonstra um olhar poético sobre o cotidiano, mesmo em suas atividades e fatos mais simples. De maneira singular, buscando sempre a beleza e o inusitado, até nos momentos mais despretensiosos, Marina Colasanti mostra que a poesia está nos olhos de quem vê e que tudo tem seu lado lírico. A variedade de temas e formas nos poemas surpreende e encanta: do jovem surfista à antiga caravela, o livro dialoga o tempo todo com o comum e conhecido e com o que é extraordinário. A obra recebeu o selo Altamente recomendável, concedido pela FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) aos melhores livros publicados anualmente, e foi selecionada também para o catálogo que a Fundação levou à Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha em 2018. Material de apoio >>Por aqui, você acessa todo o material produzido sobre a obra para o PNLD - inclusive em vídeo - e pode ler um trecho do livro. >>Leia aqui uma resenha detalhada do livro. >>Quando lançou a obra, Marina concedeu uma entrevista ao Blog da Brinque, em que falou sobre literatura, carreira e, claro, o livro. Abaixo, um trecho. A íntegra pode ser lida aqui.///
BB: Em muitas de suas obras -e em muitas entrevistas que a senhora concedeu sobre elas- parece claro o seu interesse pelo cotidiano, pelas “pequenas” histórias, pelos detalhes repletos de afeto e subjetividade. Tudo tem princípio e fim parece repleto desse olhar apurado para o que é pequeno, mas enorme… Marina: Eu olho o pequeno porque sei da minha pequena dimensão e porque o pequeno contém o grande. Olho a beleza do detalhe, sempre acessível, e nela repouso o meu olhar. BB: Este livro fala de questões delicadas, como a passagem do tempo, a morte, o crescimento, o processo… Como é tratar dessas questões para esse público? Marina: Sem ter que vestir colete salva-vidas, trato qualquer tema que me pareça importante. E o mesmo vale para qualquer idade. Não é o tema que faz a diferença, é a maneira de lidar com ele. BB: A literatura para crianças e jovens tem tratado com cada vez mais profundidade e delicadeza de temas ditos “difíceis”. Como a senhora avalia isso? Marina: Qualquer tema é difícil quando não é bobo. Mas a dificuldade à qual você se refere é fabricada pelos adultos. A morte, a doença, a diferença e a infelicidade fazem parte da vida. E as crianças têm enorme curiosidade pela vida.///
O guardião da floresta e outras histórias que você já conhece
Heloísa Prieto (texto) e Laurabeatriz (ilustrações) Esta surpreendente coletânea traz novas versões de contos clássicos, como Chapeuzinho Vermelho, revisitados pelas premiadas Heloisa Prieto e Laurabeatriz. Não à toa, foi finalista do Prêmio AEILIJ (Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil) e integrou o catálogo da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha no ano passado. Leitores jovens, ou nem tanto, irão se surpreender com as versões aqui apresentadas, que mantêm o espírito das histórias tradicionais ao mesmo tempo em que atualizam seus contextos. Material de apoio >>Por aqui, você acessa todo o material produzido sobre a obra para o PNLD - inclusive em vídeo - e pode ler um trecho do livro. >>Heloísa Prieto bateu um papo com o Blog da Brinque sobre a obra. Selecionamos um trecho, abaixo. A íntegra da conversa está aqui. BB: Pensando ainda sobre as novas e possíveis interpretações, quais possibilidades os educadores e bibliotecários encontram nesse livro? Heloísa: O subtítulo, “Histórias que você já conhece”, aponta para um jogo narrativo. Localizar os personagens, buscar as versões tradicionais, as mais contemporâneas, não apenas nos livros, como também em filmes e desenhos animados. Compartilhar o que cada versão prioriza e traz de novidade, principalmente, potencializar a invenção de novas versões. Os jogos criativos podem contemplar leituras compartilhadas, pesquisa, atividades de reconto e invenção, não apenas enquanto texto literário, mas também texto dramático e roteiros.///
Kalinda, a princesa que perdeu os cabelos e outras histórias africanas
Celso Sisto (texto e ilustração) O pesquisador, autor e ilustrador Celso Sisto é um apaixonado por narrativas africanas. "Para mim, são as histórias populares mais bonitas que existem", escreve ele no prefácio do livro. "Por isso tenho me dedicado a lê-las, estudá-las, contá-las, recontá-las e colecioná-las". Neste livro, selecionou cinco delas, priorizando aquelas surpreendentes, fora do padrão "final feliz". "Kalinda", por exemplo, que abre o volume e dá nome a ele, conta a história de uma princesa muito diferente das que conhecemos dos textos europeus. São outros valores, outras referências, outros pontos de vista, lembra Sisto. A diversidade aparece também na origem das histórias, coletadas de diversos pontos do continente africano, como Benin e Angola. "Os contos populares africanos me devolvem as raízes do mundo. E trazem (imaginariamente) as vozes ancestrais para sussurrarem nos meus ouvidos." Foram dois os selos recebidos pelo livro: Seleção Cátedra 10 em qualidade, concedido pela Unesco, e Altamente Recomendável, oferecido por FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil). Material de apoio >>Por aqui, você acessa todo o material produzido sobre a obra para o PNLD - inclusive em vídeo - e pode ler um trecho do livro.///
Novas histórias antigas
Rosane Pamplona (texto) e Andrea Ebert (ilustrações) Rosane Pamplona, escritora e professora, teve a sorte de crescer cercada de livros e ao lado de um pai que adorava contar uma boa história. Tomou gosto por narrativas e pela oralidade: o som das palavras, os sotaques, o jeitinho especial de cada pessoa falar sempre chamaram sua atenção. Virou narradora - e das boas! Indicada a prêmios reputados, como o Jabuti, assina diversos livros cujos contos releem histórias tradicionais. É o caso também deste, que reúne 14 histórias, nas quais trabalhou a linguagem e fez certeiras adaptações das originais para apresentar narrativas divertidas, surpreendentes e reflexivas sobre as aventuras e desventuras de personagens que habitam e refletem o imaginário coletivo. Amor, astúcia, cobiça, honestidade, medo. Esses sentimentos e qualidades tão humanos alimentam há séculos histórias populares de tradição oral. Oriundas de culturas tão distintas quanto a árabe, a russa, a francesa, as narrativas de Novas histórias antigas trazem todo o fascínio desse mundo encantado que acompanha a humanidade ao longo dos séculos. Material de apoio >>Por aqui, você acessa todo o material produzido sobre a obra para o PNLD - inclusive em vídeo - e pode ler um trecho do livro. >>Neste link, você encontra uma resenha detalhada do livro. >>Rosane Pamplona concedeu uma entrevista, por e-mail, ao Blog da Brinque. Contou sobre sua formação leitora, a paixão pela palavra, suas experiências em sala de aula e falou também sobre Novas histórias antigas. Leia um trecho abaixo e, por aqui, a íntegra do bate-papo. BB: Em Novas Histórias Antigas, que acaba de ganhar nova edição, você selecionou e re-escreveu textos de diversas tradições orais ao redor do mundo. Como foi a pesquisa e seleção desses textos? Rosane: Novas Histórias Antigas foi publicado há 20 anos. Mas ele surgiu até antes. Eu sempre gostei de ouvir histórias e contava essas histórias. As pessoas me perguntavam: ‘mas em que livro está?’ Eu dizia: ‘ah, não estão em livro’. E aí resolvi registrá-las no papel. Para registrá-las, na verdade, usei exatamente o mesmo percurso que tinha usado para contá-las. Como eu contava? Eu lembrava da história, tentava contá-la, mas não lembrava muito bem como tinha começado, então eu compunha um cenário. Às vezes, lembrava apenas de um núcleo, por exemplo, que a pessoa tinha encontrado um tesouro escondido não sei onde. Mas quem era essa pessoa mesmo? Onde que ela morava? Não lembrava; eu criava esse entorno, sempre procurando manter os aspectos simbólicos mais fortes, aqueles conteúdos que eu via que se repetiam em várias histórias. Desde pequena eu já tinha entendido que havia elementos que se repetiam. E isso foi ficando muito claro à medida em que eu fui aprendendo outras línguas e pesquisando em bibliotecas. Morei na Europa, pesquisei muita coisa. Aquele conto tradicional brasileiro aparecia também em livros antigos da França ou da Polônia ou da Rússia… Eu então mantinha esses conteúdos e criava o entorno. Eu sou uma recontadora. Não sou uma criadora de histórias, crio o ambiente todo, mas não a trama principal. Pesquiso muito, sempre que vou a algum país diferente, vou a biblioteca e quero ver o que há de contos, lendas e principalmente as mais tradicionais e assim é que vou escrevendo. Mas, antes de escrever, a história foi contada oralmente muitas vezes, para ela chegar ao papel com um caráter de oralidade. Essas histórias não são para crianças pequenas. Escolhi histórias que privilegiam a condição humana e menos a fantasia.///
Esopo: liberdade para as fábulas
Luiz Antonio Aguiar (texto) e Márcia Széliga (ilustrações) As fábulas de Esopo são bem conhecidas: A Lebre a e a Tartaruga, a Raposa e as Uvas, A Cigarra e a Formiga... Mas dá vida do fabulista, pouco se sabe. E é justo isso que interessou a Luiz Antonio Aguiar neste livro que, com múltiplos gêneros narrativos e várias vozes, busca recontar a trajetória de Esopo, entrelaçando-a com suas fábulas. A obra é ganhadora do Prêmio AEILIJ (Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil) na categoria melhor Texto Literário Juvenil. O texto é dialético: “Uma parte é composta de vinte e uma fábulas, algumas bem conhecidas, como O lobo e o cordeiro, A cigarra e a formiga ou O coelho e a tartaruga. (…) O leitor mais atento perceberá como a fábula pode contaminar a vida e também como, dialeticamente, a vida pode ser contaminada pelas fábulas. Uma outra parte do livro, visualmente diferenciada pelo tipo de letra e outro papel, traz informações sobre a vida de Esopo”, descreve Marisa Borba, na resenha que fez para AEILIJ. Material de apoio >>Por aqui, você acessa todo o material produzido sobre a obra para o PNLD - inclusive em vídeo - e pode ler um trecho do livro. >>Leia mais sobre a premiação de Melhor Texto Literário Juvenil, concedido pela AEILIJ no ano passado.///
O amuleto da chuva
Maté (texto e ilustração) Nesta obra, a artista plástica francesa de origem polonesa Maté, radicada no Brasil desde os anos 80, conta a história de um povo pré-histórico, que enfrenta uma grave seca no que antes era uma área verde do Saara, na África. O romance, cheio de aventura e com uma trama rica e complexa, é sobre a curandeira Madih e sua filha Arinê, que precisam fugir, acusadas de trazer a seca. Em busca de uma solução que traga novamente as nuvens e a chuva para a região, as duas partem em jornadas distintas que as fazem confrontar os ancestrais e as tradições e buscar novos aliados para sobreviver. Para Maté, a obra é particularmente instigante porque, ao mesmo tempo em que conta sobre a vida e o cotidiano de um povo tão antigo, também traz questões com os quais o jovem leitor de hoje poderá se identificar, como a degradação do planeta e crise hídrica. "Escrever 'O amuleto da chuva', meu primeiro romance, foi uma experiência muito rica e desafiadora. Precisei pesquisar muito para recriar as condições de vida no Saara pré-histórico. Durante dois anos fiquei imersa nesse universo, dormindo e acordando com ele na cabeça. Criei até um mapa do lugar. Estava tão envolvida com as aventuras da menina Arinê e da velha Madih que me emocionei ao escrever o final", contou Maté ao Blog da Brinque em entrevista à seção Brinque-Book Brinca, publicada em 2018. Você pode ler a íntegra dessa conversa aqui. Material de apoio >>Por aqui, você acessa todo o material produzido sobre a obra para o PNLD - inclusive em vídeo - e pode ler um trecho do livro.Ilustração feita por Maté exclusivamente para sua participação no Brinque-Book Brinca
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Sertão das arábias
Fábio Sombra (texto e ilustrações) O autor é um conhecido cordelista, premiado diversas vezes e integrante da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Vários de seus livros foram selecionados para integrar o catálogo de obras brasileiras a representar o País em diversas edições da Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha. Neste livro, ele reconta algumas das conhecidas histórias narradas por Sheherazade nas Mil e Uma Noites, ambientando-as no sertão brasileiro. Assim, conhecemos as sete viagens do vaqueiro Sibá Romão, o menino Raimundim e sua lamparina velha e um gari chamado Vavá, que, sem querer, descobre um tesouro imenso guardado por um bando de cangaceiros. Em rimas e versos, como manda a boa tradição cordelista. As ilustras seguem a mesma estética e lembram as obras de mestres como o pernambucano J. Borges. O livro recebeu, em 2018, o selo Acervo Básico, da FNLIJ (Fundação Nacional de Livros Infantis e Juvenis) que, selecionando as obras consideradas de melhor qualidade literária publicadas anualmente, orienta a formação de acervo em bibliotecas, escolas e serviços públicos de Educação e Cultura. Material de apoio >>Por aqui, você acessa todo o material produzido sobre a obra para o PNLD - inclusive em vídeo - e pode ler um trecho do livro.///