A verdade segundo Arthur, de Tim Hopgood (texto) e David Tazzyman (ilustrações)
Mas seria uma voltinha só... que mal poderia haver nisso? Mesmo sem autorização, Arthur pilota a bike e acaba riscando um carro que estava estacionado por ali. A partir disso, a verdade e o menino, que sempre andaram juntos, começam a se afastar. Com esse enredo e com ilustrações divertidas e significativas, o livro A verdade segundo Arthur, de Tim Hopgood (text0) e David Tazzyman (ilustrações), trata das mentiras que as crianças contam de forma irreverente e bem humorada, mostrando as razões que levam nossos pequenos a mentir. A história te parece familiar? Como está a relação dos seus filhos com a verdade por aí?-
Quando a mentira chega
-
Lidando com a mentira
A verdade segundo Arthur, de Tim Hopgood (texto) e David Tazzyman (ilustrações)
Não é fácil, mas algumas dicas talvez possam facilitar esse percurso.1. Não julgue
Muitos pais têm medo de que a mentira seja uma falha de caráter em seus filhos. Não se preocupe. Não é. Mentir é um recurso muitas vezes ligado ao medo e à sensação de falta de acolhimento e compreensão. Portanto, para restaurar o diálogo com seu pequeno, não julgue a mentira dele. Evite cobrar a verdade com severidade, castigos... É preciso entender o motivo que o levou a isso. Para tanto, ouça, converse, acolha.///
2. Ouça de verdade e diga menos "não"
Muitas vezes as crianças mentem para não serem julgadas, porque não se sentem ouvidas e compreendidas em suas necessidades e escolhas. Nós, adultos, sempre achamos que sabemos o que é melhor para elas. Será verdade mesmo? Crie o hábito de ouvir - de verdade - os argumentos dos seus filhos em defesa daquilo que eles querem fazer. Permita-se mudar de ideia a partir do ponto de vista deles. Claro que há coisas inegociáveis. Mas, felizmente, são a minoria. Se repararmos bem, a gente diz bem mais "não" do que precisaria. Ouvir as crianças e mudar de ideia se possível vai fazer com que elas saibam que podem argumentar e que há escuta para o que pensam e sentem.///
3. Crie espaços de acolhimento
Seu filho mentiu? Acolha. Seu filho errou? Acolha. Seu filho foi grosseiro? Acolha. Antes de colocar o limite, antes de pensar em consequências, antes de ralhar com ele, acolha! Em geral, fomos ensinados que o erro, a mentira ou um comportamento que julgamos inadequado é sempre consequência de uma espécie de falha de caráter, que a pessoa que cometeu esses deslizes está escolhendo e querendo cometê-los. Que para os nossos filhos "aprenderem" a ser boas pessoas precisamos reprimir com força comportamentos "maus" e "errados". Não é bem assim. Na imensa maioria das vezes, nossas crianças -- assim como nós mesmos -- erram sem querer. Mentem por medo, não porque são maus. Gritam porque não se sentem ouvidos, não porque são maus. Fingem que não tem lição porque estão com vergonha de ter dificuldades naquele tema, não porque são maus. Por isso, para estabelecer um diálogo verdadeiro com nossos filhos, é preciso primeiro acolher as angústias deles, ouvindo-os. "Filho, você disse que não tem lição, mas eu sei que tem. O que está acontecendo? Pode me contar sem medo, está tudo bem".///
4. Amor e valor incondicionais
Os filhos mentem por medo de não corresponder a um ideal que nós fazemos deles. E que cobramos deles também. Acham que, ao não ser exatamente como gostaríamos que fossem, vamos deixar de amá-los ou de valorizá-los. Para as crianças, é insuportável pensar isso. Foi isso que fez o Arthur, da história que abre esse post, mentir para a mãe dele, por exemplo. Deixe claro aos seus filhos que o valor deles e o amor que você sente por eles é incondicional. Que não está vinculado a eles agirem dessa ou daquela forma. Se seu filho riscar o carro e não te contar, claro que você vai ficar bravo, chateado. Mas você vai ficar bravo com a ação e não com seu filho. Vai conversar sobre a ação dele e suas consequências, sem julgá-lo. Vai deixar claro, no modo respeitoso como fala, numa postura de escuta e de não julgamento, focando a ação e não a pessoa, que não está amando menos seu filho. Às vezes, erramos ao não conseguir separar bem as coisas e damos aos nossos filhos o sinal errado, de que ele é menos amado a cada erro que comete...///