Ilustração de Mustafá, por Marie-Louise Gay
São temas duros, difíceis, mas que podem ser enfrentados com ajuda das artes e da incrível sensibilidade de que nós, humanos, somos capazes. Para abrir o ano, então, escolhemos dois livros que tematizam exatamente esses desafios, cada um a seu modo, cada um para um faixa etária. Tratam sobre diversidade e empatia, uma para crianças menores, outra para os maiorzinhos -- a partir de 8 anos. Além do tema, os livros têm em comum a qualidade: um deles é premiado e os dois foram selecionados pelo Listão da revista especializada Quatro cinco um, em outubro.///
Mustafá
Autora / Ilustradora: Marie-Louise Gay Tradutora: Gilda de Aquino Temas: Solidariedade / Amizade / Empatia / Resiliência / Relacionamento Familiar / Imigração / Refugiados Faixa Etária: A partir de 3 anos (leitura compartilhada) / A partir de 7 anos (leitura independente) Um garoto é obrigado a sair de seu país com a família e emigrar para terras distantes e diferentes. Em seu novo lar, ele vai, aos poucos, reconhecendo-se e reconhecendo muitas coisas conhecidas ao mesmo tempo em que descobre novas. A Lua, as estações, as flores, os insetos e a música desse lugar ora lhe lembram a sua antiga terra, ora o encantam pelo que têm de diferente do que ele já conhece. Mas o maior desafio mesmo é deixar de sentir-se invisível aos olhos -- e aos ouvidos --- das outras crianças, que sequer falam sua língua. >>POR QUE LER: De forma delicada -- e com os traços e cores da premiada artista canadense Marie-Louise Gay, da série Estela --, esse livro mostra os desafios dos refugiados, mesmo daqueles que são aceitos em sua nova morada. A obra nos faz refletir também sobre a linguagem e sobre o poder do acolhimento e da empatia, que vencem até a barreira de língua.///
O homem de lata
Autor: Edson Lopes Ilustração de capa: Cris Alhadeff Temas: Amizade / Empatia / Relacionamento / Imigração / Diversidade / Tecnologia / Futuro Faixa etária: a partir de 8 anos Ganhador do prêmio João de Barros em 2016, conta a história de um robô que aterrissa no sertão pensando estar em Marte. Lá, conhece o menino Sabiá, de quem se torna amigo. Bastante original, a obra une o universo do sertão ao da ficção científica e leva os jovens leitores a uma viagem por diferentes emoções e pontos de vista. >>POR QUE LER: Narrado por uma voz que compreende o dia a dia da família sertaneja, assim como a surpresa do homem de lata, o livro instiga e emociona. Traz questionamentos importantes sobre a tecnologia -- até que ponto vai nos ajudar a viver melhor? -- de um modo que envolve os jovens leitores. E coloca também questões sensíveis sobre desigualdade, acesso ao conhecimento e aos bens imateriais e, claro, amizade e empatia.///
E você? Com quais livros começou o ano?