Literatura em sala: a mediação e a potência do livro ilustrado

17/09/2020
De segunda à quinta, dos dias 14 ao 17/9, a autora Patricia Auerbach e a consultora literária Celinha Nascimento estiveram com a gente em quatro encontros on-line, conversando sobre potência do livro ilustrado e a mediação leitora.

Imagens contam histórias, que o mediador ajuda o pequeno leitor a descobrir... Imagem: Eu sou uma menina!, de Yasmeen Ismail

  O que pode um livro ilustrado dentro e fora de sala de aula? Qual é o trabalho de um mediador de leitura? Por que as histórias são tão mobilizadoras? Os jovens leem? O quê? E os professores, o que têm lido? Por que é preciso ter repertório para formar leitores? E por que ainda é preciso ler em plena era tecnológica? Reunimos os quatro vídeos deste encontro -- o Programa Acadêmicos Brinque-Book --, que podem ser vistos até dia 25 de outubro.
  • Neste post, veja um resumo de cada um dos encontros e acesse os vídeos
  • Depois, leia também uma mini entrevista exclusiva com Celinha Nascimento

Conversa potente sobre a potência do livro

Patricia abriu a conversa, na segunda-feira, 14/9, mostrando a potência das imagens e, especialmente, a força delas combinadas com as palavras.

Dia 14/9

https://www.youtube.com/watchcv=xQS7RSO5-vQ O que pode um livro ilustradod "Imagem é informação", diz Patricia. Imagem é narrativa. A autora também definiu as diferenças entre livro ilustrado, livro imagem e livro com ilustração.

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Dia 15/9

https://www.youtube.com/watchcv=U3HoSnnk8gE Para Celinha Nascimento, o mediador é o leitor experiente que "conduz" o mais iniciante pelo mundo da leitura, do contexto, do sentido. É exercício individual e coletivo, que fazemos desde os tempos da oralidade.

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Dia 16/9

https://www.youtube.com/watchcv=O0b4D5x-ArM Patricia falou sobre a formação leitora do professor! Sim, é preciso formar-se leitor para poder, então, formar os alunos leitores. O que você está lendod Quais livros te apaixonama Onde você renova seu repertórioi

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Dia 17/9

https://www.youtube.com/watchcv=sKZDb1Ggo6I Celinha percorreu lindamente a história da literatura para crianças, desde Esopo até os dias de hoje: dos contos de fada à Monteiro Lobato; de Irmãos Grimm à literatura contemporânea. Falou sobre o conceito de infância nesse período, sobre as infâncias de hoje (no plural mesmo) e sobre sua própria formação leitora.

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Mediar é fazer as pontes

Conversamos com Celinha Nascimento sobre o tema da mediação. Leia a seguir os principais trechos dessa conversa. Blog da Brinque: Qual é o papel do mediador em sala de aulal Celinha Nascimento: Acredito que o papel do mediador na sala de aula -- e mesmo fora dela -- seja o da ponte. Ponte não só entre o livro e o leitor ou ouvinte. Mas uma ponte entre experiências. Então o mediador é aquele que tem uma experiência maior, de mais tempo, de mais complexidade do que aquele que está ouvindo. ---"

Por isso que gosto dessa figura da experiência, daquele que consegue não apenas entender a palavra, mas aquele que vai além. Mediar então é muito potente!

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Tanto faz dois adultos, duas crianças, duas crianças, não tem essa questão, não se trata de faixa etária, mas a experiência. O mediador não é só aquele que lê o livro, mas aquele que consegue dizer algo mais do que a leitura, conversar sobre o livro, aquele que consegue falar de sua própria experiência e sua própria emoção em relação àquele livro... Por isso que gosto dessa figura da experiência, daquele que consegue não apenas entender a palavra, mas aquele que vai além. Mediar então é muito potente! BB: Sendo tão potente, o que um mediador precisa fazer Celinha: Um mediador precisa se preparar. Ler várias vezes a mesma obra, verificar se prestou atenção em todos os detalhes, se ele sabe o autor, o ilustrador, a editora, que leques de questões esse livro pode levar ao leitor. Por isso, a gente diz que a mediação não é só ler o livro. De fato, eu posso também só ler o livro se esta for a ideia, apenas leio e, às vezes, o mediador não conhece a obra, está lendo pela primeira vez. Mas ele tem condições, dada sua experiência leitora, de mesmo assim construir essas pontes. Porque o mediador faz essa ponte com a obra, mas não só com a obra que se leu e sim com o conjunto de obras que existem. É como se ele fosse do infinito ao zoom, ligando isso a outras questões maiores, do cotidiano, da vida, da vida literária. BB: E como esse mediador pode despertar a potência dos livrosl Celinha: Justamente fazendo essa ponte. Por exemplo, se vou ler um livro de fantasma e conheço outros livros de fantasma, até mesmo uma história clássica com fantasma, filmes dessa temática e talvez consiga conversar e saber sobre os medos daquela criança, enfim, essa potência o mediador experiente fará melhor, porque se prepara para isso. A diferença entre alguém que lê um livro para outro ou o mediador: esse leitor não precisa se preparar tanto.

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E vocêt Depois compartilhe com a gente suas impressões sobre esses encontros tão potentes e poéticos  
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