Volta às aulas presenciais é, sem dúvida, o tema do momento. Você deve estar acompanhando as idas e voltas e incertezas das autoridades nesse sentido.
Ensino presencial deve ser híbrido. Imagem:Uma família é uma família é uma família, de Sarah O'Leary (texto) e Qin Leng (ilustrações)
Como tem sido essa retomada aí na sua cidade? E o que você tem sentido a respeito disso? O que poderia dizer da sua experiência de aulas on-line? Já pensou em anotar suas impressões sobre esse momento?
Desafios imensos na Educação
São poucas as certezas ainda em relação aos impactos das aulas on-line nas crianças e nos educadores, especialmente efeitos emocionais. Por ora, sabemos apenas que o ensino híbrido deve ser uma realidade por mais tempo do que pensávamos. Ou seja, é muito provável que a gente mantenha aulas on-line mesmo depois de liberadas as presenciais -- que deverão acontecer em partes, com pequenos grupos, respeitando rígidas e necessárias normas de higiene. E sabemos também que tanto crianças quanto adultos vão precisar de acolhimento, escuta e afeto nessa volta híbrida e ainda especialmente confusa.
Reabertura no Brasil
Antes de falar em ensino híbrido e acolhimento, faz sentido ter em mente alguns dados recentes publicados pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), em seu relatório anual Education at Glance, ou Panorama da Educação, numa tradução livre. Por esse relatório, é possível saber, por exemplo, que o período de paralisação das aulas no Brasil já está maior do que o período médio adotado por outros países que fazem parte da OCDE. O principal desafio que vamos enfrentar tem a ver com a quantidade de alunos: nossa média de alunos por turma no Fundamental I e no Fundamental II é ligeiramente maior que a verificada nos países da OCDE.
Saudade de ver as crianças, né, minha filhaa Imagem: A carta do Gildo, de Silvana Rando
Mesmo assim, o relatório incentiva a volta às aulas presenciais, para evitar mais danos à aprendizagem e amparar as famílias que precisam da escola para retomar o trabalho, segundo avaliação do estudo. No entanto, boa parte das famílias consultadas em pesquisas por jornais de grande circulação brasileiros pretendem não mandar as crianças à escola neste ano. Há muita insegurança ainda, considerando as condições das escolas, as exigências sanitárias, as diferentes realidades escolares no Brasil... Não é mesmo tarefa fácil.
Ensino híbrido
O que tem sido chamado de ensino híbrido é uma mistura do ensino on-line que estamos vivendo nesse momento com o ensino presencial cheio de restrições. O ponto é: o ensino híbrido alterna encontros presenciais com on-line, o que permite as pequenas turmas que são necessárias para alguma volta às aulas fora da virtualidade. O site Escolas Exponenciais tratou do tema neste post aqui, que vale a leitura.
Acolhimento
Pra além do conteúdo, a questão central na volta às aulas, seja como e quando for essa retomada, é acolhimento. Uma boa dose de escuta para adultos e crianças será necessária. Como fazer issoo O primeiro passo talvez seja assumir que não temos as respostas, que estamos todos esgotados e cheios de medo e que, diante de nós há crianças, pessoas, colegas de trabalho -- muito mais que alunos, professores, serventes, porteiros. Ser um bom ouvinte para todas as novidades, perguntas, queixas das crianças; deixar que falem, que contem, que perguntem, mesmo que a resposta seja um franco não sei. Fundamental, na volta às aulas, é lembrar por que estamos novamente em sala de aula: porque a aprendizagem é coletiva! Trocar é preciso, conversar é preciso, compartilhar ideias e saberes, olho no olho, é muito necessário. Abandone a rigidez, deixe o conteúdo mais para os encontros virtuais que certamente continuarão e privilegie a convivência. Pense modos de trabalhar esses conteúdos a partir das experiências que as crianças estarão trazendo para o presencial. Que tala
Os livros podem ajudar
Esse momento delicado, de escuta e acolhimento, não precisa ser um período árido. Para facilitar essas trocas e ajudar as crianças a elaborarem as questões todas, que podem estar nubladas no sentir delas, trouxemos três livros cujas propostas do Material de Apoio ao Professor podem ajudar nessa conversa... Confira abaixo as obras e qual proposta recomendamos nesse sentido:
1) A carta do Gildo
Autora e ilustradora: Silvana Rando Temas: Gêneros textuais / Tipos de correspondências / Amizade Faixa Etária: A partir de 2 anos (leitura compartilhada) ou 6 anos (leitura independente) Catarina mudou de escola no começo do ano. Um belo dia, os colegas da escola antiga receberam uma carta dela contando suas impressões sobre o novo colégio. Animados – e cheios de saudade – todos resolveram responder. Mas um furo na bolsa do carteiro mudou o rumo das correspondências, que foram parar até no sapato da mulher gorila do parque. Os alunos começaram a receber respostas a suas cartas, mas a de Gildo não chegava nunca. Será que só ele vai ficar seme
>>Ideia para usar no acolhimento em sala
Que tal pedir às crianças que escrevam uma carta para a turma, contando um pouco sobre como foi -- e está sendo -- essa experiência de isolamento social e estudo à distâncian A ideia é que elas escrevam nos próprios cadernos e que esse material seja lido para todo o grupo, o que pode gerar boas conversas e momentos de escuta. Adaptamos essa sugestão direto do Material de Apoio ao Professor, assinado por Clara de Cápua, e que pode ser baixado gratuitamente aqui! ;-)
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2) Eric faz tibum
Autora e ilustradora: Emily Mackenzie Tradutor: Gilda de Aquino Temas: Medo / Amizade / Superação / Cotidiano / Criatividade / Imaginação / Coragem / Cooperação Faixa Etária: A partir de 2 anos Eric vive preocupado. O que seriam aqueles barulhos que ele ouve à noiteo E se uma aranha estiver escondida dentro de seu sapatop Experimentar coisas novas também não é com ele. Por sorte, sua amiga Flora sempre inventa um jeito de ajudá-lo a lidar com seus medos. Mas o convite para uma festa na piscina pode pôr tudo a perder. Ele não sabe nadar! E agorag Será que Eric vai conseguir fazer tibumi Esse livro nos mostra que, com muita imaginação e com a ajuda dos amigos, podemos enfrentar mais facilmente os desafios do dia a dia.
>>Ideia para usar no acolhimento em sala
Esse livro fala lindamente sobre como podemos enfrentar nossos medos com a ajuda uns dos outros, olha que bacana! ;-) Sugerimos propor duas atividades do Material de Apoio ao Professor com as crianças:
- Estabeleça uma rotina mínima com as crianças; o bacana é fazer os combinados com elas e deixar que elas contribuam. Também é legal antecipar momentos que não eram comuns, como os de higiene e cuidados. A rotina ajuda a dar um contorno e a diminuir a ansiedade.
- Use a arte para dramatizar com as crianças: que tal propor um que elas escrevam diálogos sobre os medos que sentem e sentiram e leiam -- ou interpretem -- com a turma todaa
Mais detalhes e ideiasi Baixe o projeto gratuito aqui!
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