
Recebemos recentemente críticas importantes ao conteúdo do livro Abecê da liberdade, de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, publicado originalmente pelo selo Alfaguara Infantil, da editora Objetiva, e incorporado, na reimpressão, ao selo Companhia das Letrinhas.
Lamentamos profundamente que esse ou qualquer conteúdo publicado pela editora tenha causado dor e/ou constrangimento aos leitores ou leitoras. Assumimos nossa falha no processo de reimpressão do livro, que foi feito automaticamente e sem uma releitura interna, e estamos em conversa com os autores para a necessária e ampla revisão.
De toda maneira, como consideramos a crítica correta e oportuna, imediatamente disparamos o processo de recolhimento dos livros do mercado e interrompemos o fornecimento de nosso estoque atual. Esta edição agora está fora de mercado e não voltará a ser comercializada.
Aproveitamos para reforçar que estamos atentos aos processos de mudança em nossa sociedade e temos buscado formas de reler, a partir de uma perspectiva mais democrática e inclusiva, as obras infantis da Companhia, que são publicadas desde 1992, quando a Companhia das Letrinhas foi fundada. Há também um compromisso com os novos títulos: eles devem estar alinhados com as diretrizes de pluralidade e inclusão que vêm regendo o Grupo como um todo.
Reconhecemos nosso erro e pedimos, mais uma vez, desculpas aos leitores. Estamos dispostos e abertos para aprender com esse processo, para dele sairmos, todos nós, muito melhores.
São Paulo, 11 de setembro de 2021
Grupo Companhia das Letras
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Posicionamento sobre o coletivo "Escola antirracismo"
Sobre o encerramento do coletivo “Escola antirracismo: construindo comunidades afirmativas”, queremos reforçar que o percurso que construímos ao lado das 11 editoras foi essencial para o Grupo Companhia das Letras.
Temos apreço por ações coletivas no ambiente editorial, e nesse sentido, as trocas estabelecidas no projeto foram muito valiosas, tratando principalmente da potência da literatura para o debate entre educação e antirracismo.
Em conjunto, produzimos conteúdos relevantes, mantivemos em pauta as relações entre educação e antirracismo e tratamos de temáticas que seguem urgentes para nós e para a sociedade como um todo.
Reconhecemos os erros no que tange a obra Abecê da liberdade e as falhas em nossos processos que não impediram que o livro chegasse ao público. Sentimos pelos ocorridos e que eles tenham resultado no término de uma ideia que valorizamos tanto, mas compreendemos as editoras que optaram por sair dessa conformação. Seguimos certos de que diversidade e antirracismo são o caminho correto, e continuaremos cotidianamente reafirmando tais valores com nossas publicações.
Estamos reavaliando tanto os nossos processos internos de apreciação/análise de conteúdo como todo o nosso catálogo. De imediato, interrompemos a comercialização do título, além de recolher os exemplares disponíveis do mercado (onde isso é possível). A obra está fora de catálogo.
Esperamos que essas e outras ações que tomaremos reabram caminhos para que o diálogo com as editoras continue existindo.
(Editado em 15/09/2021)