Nota de posicionamento

17/09/2021

 

Nós erramos. Assumimos totalmente nossa falha em ter mantido no catálogo a obra Abecê da liberdade. Encaminhamos um projeto para que todo o catálogo infantojuvenil seja lido por grupos de profissionais dedicados à análise sensível. Também estamos reforçando nossas ações de compromisso com a pauta antirracista e analisando novas iniciativas que possam ser incorporadas ao Grupo Companhia das Letras.

Concordamos que a obra Abecê da liberdade apresenta erros e problemas, como vocês nos apontaram. Sentimos muito pelo ocorrido e lamentamos profundamente. Quando percebemos o nosso erro grave, imediatamente disparamos o processo de recolhimento dos livros do mercado.

Seguimos certos de que a atitude antirracista é o caminho correto e continuaremos cotidianamente reafirmando esse valor com nossas publicações. Agradecemos as manifestações vindas do público e da imprensa, que foram fundamentais para nosso processo de amadurecimento. Seguimos sempre abertos para o diálogo. É preciso reconhecer erros e esse foi um erro grave. 

O que aconteceu no processo

O livro Abecê da liberdade, de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, foi originalmente publicado pelo selo Alfaguara e automaticamente incorporado, sem leitura, ao catálogo da Companhia das Letrinhas quando a editora Objetiva foi adquirida pelo Grupo, em 2015. 

Quando nosso sistema detecta falta no estoque, as reimpressões são feitas de forma automática. Não tínhamos processos sistemáticos para releitura de títulos antigos, que pudessem impedir que livros incompatíveis com nossos valores fossem relançados automaticamente. A obra em questão não passou por revisão e voltou a ser comercializada em 2020. É uma falha processual grave, que já começou a ser corrigida. Essas falhas não minimizam o erro. Nós erramos.

O livro está fora de catálogo e não voltará a ser comercializado pela editora. Iniciamos a revisão dos nossos processos de reimpressão para que todos os títulos sejam relidos imediatamente.

O que fizemos (e estamos fazendo)

Considerando as críticas positivas e oportunas, imediatamente bloqueamos a venda do título para livrarias e distribuidores desde o dia 03/09/2021. Solicitamos a devolução imediata dos exemplares que se encontravam nas livrarias físicas e online. O título está fora de catálogo e não voltará a ser comercializado pela editora.

Infelizmente, pode ser que ele ainda seja encontrado em alguns lugares do mercado, pois estabelecimentos como sebos ou marketplaces (lojas que vendem livros em sites de terceiros, por exemplo) podem ter exemplares à venda. Nesse caso, pedimos sua colaboração para que, se possível, informem o seu livreiro e peçam para ele entrar em contato com o nosso sac@companhiadasletras.com.br para recolhimento.

Seguimos certos da potência da literatura para o debate público. Continuaremos cotidianamente reafirmando valores alinhados à luta antirracista em nossas publicações e construindo novas ações efetivas e duradouras, que incluem, entre outras, a formação de comitês de diversidade para editarem e revisarem nossas publicações.

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