Os livros podem inspirar mil brincadeiras. É comum que as crianças reproduzam os diálogos que ouvem nas histórias, que queiram se vestir com a capa vermelha da chapeuzinho ou com o chapéu da bruxa (nem sempre) malvada e mergulhem no faz de conta. Mas e quando são as brincadeiras que inspiram as histórias?
Em A gangorra, personagens improváveis vão chegando a cada virada de página
Alguns autores alcançam a proeza de trazer para o papel brincadeiras em formato de narrativa (ou seria o contrário?) convidando os leitores - grandes ou pequenos - a participar das dinâmicas que eles já conhecem tão bem. Quer brincar também?
Selecionamos 10 livros para ler brincando - ou brincar lendo. Você decide:
A gangorra (Companhia das Letrinhas, 2024), de Joaquín Camp
No sobe e desce da gangorra, cada hora senta mais um. Este é um conto acumulativo cheio de personagens inusitados, em que o olhar oscila de uma página para outra, esperando sempre o próximo a entrar na brincadeira - seja para assustar, seja para se aconchegar, seja para pegar impulso… e voar!
Estátua! (Companhia das Letrinhas, 2024), de Renato Moriconi
Você conhece bem a brincadeira: se o pegador conseguir encostar… estátua! Quem foi pego fica paralisado. Mas e quando os efeitos são literais? Adicionando uma dose de fantasia a um joguete tão conhecido, o autor cria um final surpreendente - e encantado.
Telefone sem fio (Companhia das Letrinhas, 2010), de Ilan Brenman, com ilustrações de Renato Moriconi
Qual será a mensagem sussurrada que vai passando de um pirata, para um rei, depois para um caçador, depois para a vovozinha, depois para um lobo vestido com a capa Vermelho da Chapeuzinho? O que será que dizem os cochichos? Cabe ao leitor imaginar - ou inventar!
Achou? (Companhia das Letrinhas, 2021), de Aline Abreu
Se tem uma brincadeira que bebês e crianças bem pequenas a-do-ram é fazer “Cadê? Achou!” Neste livro, são os bichos que se escondem em meio a cenas cheias de detalhes delicados. Ilustrados com traços leves, é preciso observá-los com atenção para descobrir qual elefante comeu o bolo ou qual é a gata dorminhoca.
Espelho (Companhia das Letrinhas, 2021), de Suzy Lee
Ao se deparar com o próprio reflexo no espelho, a menina começa a brincar com sua imagem. Como nas demais obras da premiada autora, os limites demarcados pela própria configuração do livro começam a ser transgredidos. E as margens entre realidade e imaginação se dissolvem. Um livro só com imagens para ver além.
Sombra (Companhia das Letrinhas, 2018), Suzy Lee
Esta história começa quando uma menina resolve acender uma lâmpada no sótão e vê a sombra de todos os objetos ali guardados se projetarem da forma mais fantástica. Borboletas, elefantes e lobos estampam o chão e as paredes. Mais uma obra de Suzy Lee que brinca com os limites do livro e se ancora na beleza das descobertas mais ordinárias.
Coleção Objetos Brincantes (Brinque-Book), de Patricia Auerbach
Todas as obras da coleção partem do mesmo princípio: a exploração de objetos cotidianos, transformados pela imaginação, que abrem mil possibilidades de brincadeira. A panela (Brinque-Book, 2023) vira carro de corrida e instrumento de percusssão. A garrafa (Brinque-Book, 2018) passa de tromba de elefante para foguete. O jornal (Brinque-Book, 2012) se dobra para que o menino se transforme em surfista, aviador, cavaleiro e até pirata! O lenço (Brinque-Book, 2013), primeira obra da coleção, passa de tenda para vestido de princesa em uma virada de página. São quatro livros-imagem para despertara curiosidade das crianças e inspirá-las se divertirem com tudo o que encontrarem nos armários de casa.
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