Nem todo pirata tem perna de pau. Nem olho de vidro. Nem cara de mau. Na verdade, por trás de toda pinta de terríveis, alguns até podem ser bem legais. Podem esconder os medos mais improváveis - como não saber nadar! - ou cochichar segredos ou até se envolverem com uma boa leitura. Mas uma coisa não muda: estão sempre em busca de aventura e tesouros.
Em Domingo, um menino imagina um encontro com um navio pirata - sem sair do quintal de seus avós
Há piratas famosos que saíram dos livros de História e se fizeram conhecidos também na ficção - como o terrível Barba Negra, cujo nome verdadeiro era Edward Teach, um inglês que ganhou fama pelas pilhagens que realizava nas águas quentes do Caribe no século 18. Outros, como Capitão Gancho e Jack Sparrow, só existem mesmo nas páginas de livros e produções audiovisuais.
Na realidade ou na ficção, é inegável que piratas são figuras conhecidas por sua ousadia, insubordinação e por sua eterna busca por tesouros. Não por acaso, são personagens assíduos nos livros infantis. Quer apostar? Veja a seleção de livros que preparamos:
Uma carta para o pirata (Companhia das Letrinhas, 2022), de Mari Bigio com ilustrações de Rodrigo Chedid
Se tem uma coisa pela qual todo pirata zela é a sua reputação. O que dizer, então, de um pirata que, apesar de terrível, não sabe nadar? Pois é esse pequeno detalhe que o capitão deste navio, digo, deste livro, precisa resolver. Uma obra divertida, que faz parte da primeira leva da Coleção Canoa, que entrega literatura de qualidade a preços acessíveis.
A ilha do tesouro (Escarlate, 2023), de Robert Louis Stevenson
Jim Hawkins, um garoto que perdeu o pai, encontra um mapa do pirata Billy Bones. E parte em uma expedição na busca pelo tesouro perdido, assinalado no mapa com um X. Esta obra, uma adaptação do clássico de 1883 pensada para leitores acima de 9 anos, traz todos os elementos que se espera de uma narrativa sobre piratas: uma ilha perdida, um tesouro a ser descoberto, um motim e um cozinheiro com uma perna só.
O pirata e o farmacêutico (Companhia das Letrinhas, 2014), de Robert Louis Stevenson, com ilustrações de Henning Wagenbreth
Mais uma adaptação de Robert Louis Stevenson. Pense em dois amigos de infância que acabam seguindo caminhos praticamente opostos: um se tornou farmacêutico. E o outro… pirata! Ben queria uma vida tranquila. Já Robin queria correr o mundo, E tempos depois o destino os coloca frente a frente mais uma vez. Será que os melhores amigos ainda terão algo em comum? O final é surpreendente e as ilustrações, marcantes.
Caça ao tesouro (Brinque-Book, 2002), de A. J. Wood com ilustrações de Maggie Downer
A busca por tesouros que torna os piratas figuras tão fascinantes é o que dá norte a este livro. A cada página, o leitor é convidado a desvendar enigmas, construindo uma narrativa que é quase um jogo. O que será que os espera no final?
Telefone sem fio (Companhia das Letrinhas, 2010), de Ilan Brenman, com ilustrações de Renato Moriconi
O pirata, com direito a tatuagem e tapa-olho, estampa a capa deste livro, em que personagens sussurram ao pé do ouvido a mensagem secreta transmitida página a página. Participam da brincadeira o lobo, a vovó e a chapeuzinho. E também um rei, um cavaleiro de armadura, um fotógrafo… Mas o que será que eles cochicham?
O livro preferido de um garoto sabido (Brinque-Book), de Julia Donaldson com ilustrações de Axel Scheffler
Sabe quando um livro mostra uma história dentro de outra história, que está dentro de outra história? Pois é exatamente isso o que este livro faz. Um garoto muito sabido estava lendo livro sobre um pirata. Um capitão que foi culpado por problemas em seu navio e acaba sendo jogado no mar. Depois de nadar muito, ele chega a uma ilha onde encontra… um tesouro! Dentro da arca há um livro sobre Cachinhos Dourados, que o pirata vai ler. E ela, por sua vez, também está lendo um livro…
Domingo (Companhia das Letrinhas, 2023), de Marcelo Tolentino
Quanto pode ser vivido em um domingo aparentemente ordinário. Para um menino, basta ter tempo para imaginar aventuras grandiosas, em mares muito distantes do quintal de seus avós, onde a família aproveita o descanso. Em sua imaginação, Martim, ao lado de Fubá, seu cão, enfrenta até um navio pirata, que surge com sua bandeira negra em meio às ondas revoltas.
Meu pai, o grande pirata (Pequena Zahar, 2018), de Davide Calì
Uma história sensível, narrada do ponto de vista de um menino que imagina o pai vivendo entre uma tripulação de piratas mal encarados e desbravando mares desconhecidos, a partir das tantas histórias que ele contava quando estava em casa - apenas uma vez ao ano. Um dia, o garoto descobre que na verdade o pai não era pirata nem marinheiro, mas trabalhava em uma mina, o único emprego que conseguira longe de casa. Mas em vez de se decepcionar, enxerga nos homens que acompanham seu pai os piratas mal encarados que projetava enquanto ouvia suas histórias. Uma narrativa que aborda a imigração e a admiração de um filho por seu maior herói.
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