Diário de uma expedição reúne uma série de reportagens, pouco conhecidas, que Euclides da Cunha fez durante a Guerra de Canudos. Escritas no coração da batalha, sem tempo para hesitações ou reflexão, essas reportagens são o embrião de Os sertões, o "livro vingador", como o definiu seu autor.
Diário de uma expedição reúne uma série de reportagens, pouco conhecidas, que Euclides da Cunha fez durante a Guerra de Canudos. Escritas no coração da batalha, sem tempo para hesitações ou reflexão, essas reportagens são o embrião de Os sertões, o "livro vingador", como o definiu seu autor.
Quando o engenheiro militar Euclides da Cunha seguiu para o sertão, integrando a quarta expedição contra Canudos, tinha por missão ser correspondente do jornal O Estado de S. Paulo. Além disso, viajava como adido à comitiva do ministro da Guerra. Diário de uma expedição reúne uma série de reportagens, pouco conhecidas, que Euclides enviou de lá. Elas mostram o escritor no coração da batalha, aspirando o odor da pólvora e ensurdecido pelo troar da metralha. Escrevendo sem tempo para hesitações ou reflexão, Euclides presenteia o leitor com a natureza despida de artifícios, "palpitante" do fato que é notícia.Essas reportagens são também uma boa amostra do partido tomado pelas Forças Armadas brasileiras e pelos jornalistas. Assim, as notícias não objetivavam propriamente informar, mas antes veiculavam uma unanimidade: ninguém duvidava que os insurretos de Canudos imprimiam uma nódoa de atraso no brilhante panorama de modernização que a República anunciava, ao sepultar ao mesmo tempo a escravidão e a monarquia.Esse tom "oficial" está presente na correspondência enviada por Euclides, mas já é evidente a garra de escritor que viria a notabilizá-lo. Aqui reside o embrião de Os sertões, o "livro vingador", como o chamou seu autor. Só lendo estas reportagens pode-se avaliar a extensão do caminho percorrido.