Neste estudo primoroso, a antropóloga Maria Filomena Gregori desvenda fragmentos comoventes da vida dos meninos de rua de São Paulo. Nem sempre abandonando a esfera familiar, eles gradualmente se enredam no universo da rua e da delinqüência, circulando e "se virando" como podem pela metrópole.
Neste estudo primoroso, a antropóloga Maria Filomena Gregori desvenda fragmentos comoventes da vida dos meninos de rua de São Paulo. Nem sempre abandonando a esfera familiar, eles gradualmente se enredam no universo da rua e da delinqüência, circulando e "se virando" como podem pela metrópole.
Entre 1991 e 1995, a antropóloga Maria Filomena Gregori percorreu as ruas de São Paulo atrás de depoimentos de meninos e meninas que vivem soltos pela metrópole, circulando e "se virando" como podem. Com base nesses depoimentos, ela realizou um primoroso estudo antropológico dos diferentes agrupamentos de meninos de rua na cidade de São Paulo. A pesquisa, também realizada com agentes institucionais, desvenda fragmentos comoventes da história de vida desses jovens que circulam entre suas casas, geralmente em bairros distantes da cidade, e as ruas do centro. Nem sempre abandonando a esfera familiar - marcada, na maioria das vezes, pela miséria -, eles gradualmente se enredam no universo da rua e da delinqüência, no qual conquistam, além de bens materiais e simbólicos, um lugar determinado na cidade e o trânsito por instituições governamentais, religiosas e privadas, que lhes indicam parâmetros e balizam suas condutas. "Circulando entre os vários organismos", conclui a autora, "se virando, o menino sobrevive e se protege. Mas está longe de projetar um caminho de saída da menoridade. Seu destino permanece preso na circularidade das ações. Parece condenado a ser, para sempre, um menino de rua."