À luz de um certo "humanismo marxista" que julga necessário em tempos sombrios como os nossos, Berman faz um delicioso passeio pela obra de intelectuais que, como ele, dedicaram-se a interpretar os caminhos (e descaminhos) da modernidade, entre os quais Edmund Wilson, Georg Lukács, Walter Benjamin e, é claro, Karl Marx.
À luz de um certo "humanismo marxista" que julga necessário em tempos sombrios como os nossos, Berman faz um delicioso passeio pela obra de intelectuais que, como ele, dedicaram-se a interpretar os caminhos (e descaminhos) da modernidade, entre os quais Edmund Wilson, Georg Lukács, Walter Benjamin e, é claro, Karl Marx.
Este é o primeiro livro publicado por Marshall Berman desde Tudo que é sólido desmancha no ar. A coletânea reúne treze textos escritos num período de trinta anos e traz reflexões sobre alguns intelectuais que, a exemplo do autor, dedicaram-se a interpretar os caminhos e descaminhos da modernidade.Berman alia a análise de temas políticos, filosóficos e culturais a uma visão saborosa da vida cotidiana de Nova York. É assim que, durante um passeio de ônibus pelo Bronx, ele observa a jovem negra que tranqüiliza a mãe, aflita com a possibilidade de uma gravidez precoce: "Não se preocupa, não, mãe. A gente é moderna. A gente sabe se cuidar". O olhar de Berman é o de um observador sensível às contradições e sutilezas que compõem a vida da "gente moderna". Os mais de quarenta anos de envolvimento com o marxismo não o fizeram se esquecer do dia em que, ainda garoto, entrou numa livraria e encontrou um exemplar dos Manuscritos econômico-filosóficos de Karl Marx. Seu entusiasmo não arrefeceu com o passar dos anos. Ao contrário, o fracasso dos regimes comunistas só fortaleceu a idéia de que a retomada de um certo "humanismo marxista" se mostra cada vez mais necessária.