Gruzinski estuda o choque cultural entre o México da Conquista e o Renascimento europeu, do qual surgiram criações mestiças inovadoras, como pinturas, imagens e poemas indígenas que, nos primórdios da ocidentalização do planeta, fundiram mitos gregos e astecas, figuras barrocas e pré-colombianas, Cristo e deuses nauas.
Gruzinski estuda o choque cultural entre o México da Conquista e o Renascimento europeu, do qual surgiram criações mestiças inovadoras, como pinturas, imagens e poemas indígenas que, nos primórdios da ocidentalização do planeta, fundiram mitos gregos e astecas, figuras barrocas e pré-colombianas, Cristo e deuses nauas.
A mestiçagem é o fenômeno estudado pelo historiador francês Serge Gruzinski nesta obra de caráter multidisciplinar, lançada na França em 2000 e já traduzida para o inglês, o espanhol e o alemão.Em meados do século XVI, a capital do México é uma cidade destruída pelos conquistadores, habitada por índios e espanhóis, católicos, judeus e muçulmanos, mestiços e negros. Submetida ao duplo processo de evangelização e ocidentalização, a colônia da Nova Espanha torna-se um laboratório de mestiçagens culturais. Do choque cultural com o Renascimento europeu, surgem ali criações mestiças inovadoras - pinturas, imagens e poemas indígenas que, nos primórdios da ocidentalização do planeta, misturaram mitos gregos e astecas, figuras barrocas e pré-colombianas, Cristo e deuses nauas. Montaigne dizia que "um homem distinto é um homem misturado". Quatro séculos depois, Macunaíma, o herói de Mário de Andrade, afirmava: "Sou um tupi tangendo um alaúde". As duas frases de louvor à mestiçagem são citadas várias vezes por Gruzinski, que conclui seu estudo com um panorama das criações mestiças contemporâneas, como os filmes de Wong Kar-wai e de Peter Greenaway e as fotografias de Lothar Baumgarten.