Num tempo em que o mundo se unifica com o fenômeno da globalização, é inevitável o choque e o estranhamento entre culturas diferentes. Em nove ensaios, o autor trabalha esse tema em períodos diversos da história, fazendo que suas análises tenham sempre pertinência para o tempo presente.
Num tempo em que o mundo se unifica com o fenômeno da globalização, é inevitável o choque e o estranhamento entre culturas diferentes. Em nove ensaios, o autor trabalha esse tema em períodos diversos da história, fazendo que suas análises tenham sempre pertinência para o tempo presente.
O mundo está ficando cada vez menor, é o que costumamos dizer, referindo-nos ao fenômeno da globalização. Por essa razão, o convívio com outras culturas parece ser o desafio do nosso tempo. Por outro lado, o contato entre culturas diferentes não é coisa nova, sempre fez parte da história. Uma longa tradição atribui ao olhar do estranho - do selvagem, do camponês, do animal - a capacidade de desvendar as mentiras da sociedade. E por quê? Por que, na Idade Média, durante os funerais dos reis da França e da Inglaterra, levava-se em procissão um boneco chamado "representação"? Você mataria um mandarim chinês desconhecido se lhe oferecessem um bom dinheiro? Jesus era cristão? Por que recorremos com tanta freqüência a metáforas visuais como "perspectivas" ou "ponto de vista"?Nessas "reflexões sobre a distância", o historiador Carlo Ginzburg mostra que é impossível contar a história da civilização européia sem falar de seus contatos com outras civilizações. Cada um dos nove ensaios reunidos desenvolve uma idéia escolhida pelo autor como representativa desses contatos. Cada idéia é exposta através de pontos de vista diferentes, e nas correspondências entre essas diferentes perspectivas descobre-se a continuidade do pensamento de um dos mais importantes historiadores da atualidade. Olhos de madeira nos ensina que o convívio com os outros constitui não apenas uma experiência enriquecedora, mas é o desfio de toda a história.