Em quatro viagens pelos mares da literatura britânica, uma leitura entusiasmada e pouco ortodoxa de clássicos como Laurence Sterne, Stevenson, Malinovski, Montaigne e Thomas More. Carlo Ginzburg investiga a troca de influências culturais entre a Grã-Bretanha e o continente europeu, em ensaios dotados de uma inesgotável curiosidade intelectual.
Em quatro viagens pelos mares da literatura britânica, uma leitura entusiasmada e pouco ortodoxa de clássicos como Laurence Sterne, Stevenson, Malinovski, Montaigne e Thomas More. Carlo Ginzburg investiga a troca de influências culturais entre a Grã-Bretanha e o continente europeu, em ensaios dotados de uma inesgotável curiosidade intelectual.
Nas margens do trabalho intelectual, o pesquisador volta e meia topa com detalhes, sinais ou achados que provêm mais do "acaso que da curiosidade deliberada" (como se lê na introdução de Nenhuma ilha é uma ilha), muitas vezes relegados ao segundo plano e até desprezados em favor dos temas consagrados. Nas mãos de Carlo Ginzburg esses elementos "menores" são o motor de uma fina reflexão sobre a formação da literatura e da identidade nacional na Inglaterra.
Nesses belos ensaios, Ginzburg está preocupado em entender o peculiar regime de trocas literárias e culturais entre as ilhas britânicas e o continente europeu. Para isso, cruza o canal da Mancha para investigar a influência de Montaigne nas polêmicas poéticas elisabetanas; esmiúça os possíveis vínculos entre o Tristram Shandy de Sterne e as idéias de Pierre Bayle; navega entre os arquipélagos do Pacífico na companhia do escritor Robert Louis Stevenson e do etnógrafo Bronislaw Malinowski; zarpa da pátria de Thomas More rumo à ilha imaginária de Utopia - sempre dando prova de absoluto domínio da arte do ensaio e de um raro entusiasmo pelo trabalho intelectual.