Panorama de história, ciência e cultura no Brasil da Belle Époque. A partir das obras de Euclides da Cunha e Lima Barreto, Sevcenko mostra como a permanência de ambos se deve a um sentimento de missão - impulso de atuação pública - aliado à inventividade da linguagem. Edição atualizada com novo posfácio e imagens de época do Rio de Janeiro.
Panorama de história, ciência e cultura no Brasil da Belle Époque. A partir das obras de Euclides da Cunha e Lima Barreto, Sevcenko mostra como a permanência de ambos se deve a um sentimento de missão - impulso de atuação pública - aliado à inventividade da linguagem. Edição atualizada com novo posfácio e imagens de época do Rio de Janeiro.
Euclides da Cunha e Lima Barreto são os escritores que Nicolau Sevcenko elege como referência para traçar um panorama dos cruzamentos entre história, ciência e cultura no Brasil da passagem do século XIX ao XX, momento que marcou a entrada do país na modernidade, após a Abolição e o advento da República. Num período - a Belle Époque - de negação do passado escravista e de forte espírito cosmopolita, os dois autores vislumbravam na literatura um projeto de país que levasse em conta as contradições históricas brasileiras. Sevcenko mostra que a permanência das obras de Euclides e Lima se deve a esse sentimento de missão - animado por um impulso utilitário de atuação pública -, assim como à inventividade da linguagem que desenvolveram. A reedição atualizada de Literatura como missão, publicado pela primeira vez em 1983, traz um posfácio inédito em que o autor aponta para a contribuição decisiva de escritores, principalmente Machado de Assis, que, ao lado de Euclides da Cunha e Lima Barreto, também traduziram o desacordo entre o conservadorismo do pensamento dominante e a lucidez visionária da literatura.