Estudioso do Rio de Janeiro do século XIX, Sidney Chalhoub analisa obras de Machado de Assis sob a luz da história social: romances e contos lhe permitem buscar o sentido das mudanças do período, segundo a visão do escritor. Ao rever o debate em torno da lei do Ventre Livre (1871), o autor mostra também o empenho do Machado funcionário público na aplicação da lei.
Estudioso do Rio de Janeiro do século XIX, Sidney Chalhoub analisa obras de Machado de Assis sob a luz da história social: romances e contos lhe permitem buscar o sentido das mudanças do período, segundo a visão do escritor. Ao rever o debate em torno da lei do Ventre Livre (1871), o autor mostra também o empenho do Machado funcionário público na aplicação da lei.
O historiador Sidney Chalhoub dedicou anos ao estudo da escravidão e da vida operária no Brasil do século XIX. Posteriormente, começou a se interessar pela obra de Machado de Assis. Em Machado de Assis, historiador, procura compreender a produção do romancista a partir do contexto social e histórico que deu origem a ela.
O autor analisa romances e contos, em busca do sentido das mudanças do período segundo a visão de Machado. A segunda parte do livro trata do funcionário público Joaquim Maria Machado de Assis. Nas décadas de 1870 e 1880, Machado foi chefe da repartição do Ministério da Agricultura encarregada de acompanhar a aplicação da lei do Ventre Livre, de 1871. Chalhoub identifica as intervenções do romancista nos processos, mostrando que Machado procurava interpretações jurídicas favoráveis ao escravo que se queria libertar.
Em seu duplo caminho, de estudo social e análise estética, Chalhoub segue o percurso de críticos como Roberto Schwarz e John Gledson. Machado de Assis, historiador propõe uma leitura da obra do escritor baseada na análise de um período decisivo da história brasileira, que Machado descreveu com lógica satírica implacável.