A imagem da montanha-russa é usada por Sevcenko para descrever o processo de aceleração tecnológica que marca a transição do século XX para o XXI. Uma aceleração excitante, mas também inconseqüente: vai aumentando as desigualdades entre os grupos e sociedades, multiplicando crises e violências e ameaçando o equilíbrio ambiental.
A imagem da montanha-russa é usada por Sevcenko para descrever o processo de aceleração tecnológica que marca a transição do século XX para o XXI. Uma aceleração excitante, mas também inconseqüente: vai aumentando as desigualdades entre os grupos e sociedades, multiplicando crises e violências e ameaçando o equilíbrio ambiental.
No sétimo e último volume da Coleção Virando Séculos, o historiador e crítico da cultura Nicolau Sevcenko faz uma reflexão lúcida e perturbadora sobre a passagem para o século XXI. Tomando uma viagem de montanha-russa como sua imagem e inspiração básicas, Sevcenko avalia essa transição como um processo de aceleração contínua, impulsionado pela aplicação dos conhecimentos científicos na criação de novas tecnologias. Iniciado com o desenvolvimento de poderosos recursos energéticos, como a eletricidade e os derivados de petróleo, esse processo atinge um clímax no momento atual, com a revolução microeletrônica e as comunicações por satélite e cabos de fibra óptica. É como se no início do século XX tivéssemos embarcado numa montanha-russa e agora, na entrada do novo século, fôssemos apanhados pela vertigem do loop.Essa aceleração, que é excitante, é também inconseqüente: vai aumentando as desigualdades entre os grupos e sociedades, multiplicando crises e violências e ameaçando o equilíbrio ambiental. Mas Nicolau Sevcenko mostra também que, no limiar do século XXI, surge uma nova geração disposta a lutar para que as prioridades desse mundo globalizado se voltem para os homens, a natureza e a solidariedade.