O quilombo do Leblon foi determinante para o êxito da campanha abolicionista. Nele, nasceu a idéia da abolição tal como se concretizou no país. O autor conta a história do movimento a partir do estudo dessa comunidade de negros fugitivos, localizada em pleno Rio de Janeiro, onde se cultivavam camélias - motivo pelo qual a flor virou símbolo da luta contra a escravidão.
O quilombo do Leblon foi determinante para o êxito da campanha abolicionista. Nele, nasceu a idéia da abolição tal como se concretizou no país. O autor conta a história do movimento a partir do estudo dessa comunidade de negros fugitivos, localizada em pleno Rio de Janeiro, onde se cultivavam camélias - motivo pelo qual a flor virou símbolo da luta contra a escravidão.
Os quilombos abolicionistas foram um modelo diferente de resistência à escravidão. Seus integrantes organizavam-se perto dos grandes centros, eram liderados por personalidades públicas com bom trânsito entre fugitivos e sociedade, e ainda interferiam no jogo político.O quilombo do Leblon foi uma comunidade desse tipo. A idéia de escrever o ensaio ocorreu a Eduardo Silva quando o historiador caminhava pelo jardim da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, e notou a existência de três pés de camélia. O achado trazia novo sentido a um texto do próprio Rui Barbosa, lido pouco antes, em que a flor era apresentada como símbolo da resistência à escravidão. O passo seguinte foi a própria descoberta do quilombo do Leblon. Seu líder, o fabricante de malas José de Seixas Magalhães, era um imigrante português que mantinha boas relações com figuras centrais do movimento abolicionista, entre elas Rui Barbosa, José do Patrocínio, André Rebouças e até a princesa Isabel.Escrito com a agilidade de uma reportagem, esse ensaio de história cultural desvenda os elos desconhecidos entre a campanha política e o movimento social negro. Além disso, revela um modelo diferente de resistência ao sistema escravocrata: o "quilombo abolicionista", um tipo de comunidade que permite uma nova - e mais abrangente - compreensão desse momento - chave da história do Brasil.