A partir do exame de casos clínicos extraordinários, como o de um pintor que passa a enxergar em preto-e-branco em razão de um acidente ou o do rapaz que só consegue se lembrar dos anos 60, o neurologista elabora uma fascinante teoria da inteligência.
A partir do exame de casos clínicos extraordinários, como o de um pintor que passa a enxergar em preto-e-branco em razão de um acidente ou o do rapaz que só consegue se lembrar dos anos 60, o neurologista elabora uma fascinante teoria da inteligência.
O que têm em comum o pintor que, em decorrência de um acidente, passa a enxergar o mundo em preto-e-branco, o rapaz cujas únicas lembranças se restringem ao final dos anos 60 e o exímio cirurgião tomado por todo tipo de tiques (verbais e físicos) na vida cotidiana? Para o neurologista Oliver Sacks, esses não são apenas casos clínicos extraordinários. Antes de mais nada, eles dizem respeito a indivíduos cujas vidas, pressionadas por situações-limite (por vezes trágicas, em geral dramáticas), podem nos ajudar a compreender melhor o que somos. Em Um antropólogo em Marte, Sacks confirma a originalidade de sua prosa, já consagrada em Tempo de despertar e O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. Uma prosa que dá ao relato clínico a dramaticidade de um verdadeiro gênero literário.