Quatro décadas depois de escrito, este clássico da crítica cinematográfica conserva intactas sua potência e atualidade. Produzido no calor da hora, Brasil em tempo de cinema é a análise ambiciosa de uma cinematografia às voltas com um país em rápida transformação.
Quatro décadas depois de escrito, este clássico da crítica cinematográfica conserva intactas sua potência e atualidade. Produzido no calor da hora, Brasil em tempo de cinema é a análise ambiciosa de uma cinematografia às voltas com um país em rápida transformação.
Em Brasil em tempo de cinema, Jean-Claude Bernardet faz a interpretação crítica dos filmes realizados no Brasil entre 1958 e 1966, época do surgimento e da consolidação do Cinema Novo. Mas sua reflexão não se limita ao movimento liderado por Glauber Rocha. Seu leque abrange desde a suposta sofisticação de um Walter Hugo Khouri até o suposto primitivismo de um José Mojica Marins. O autor se empenha em mostrar as conexões entre filmes aparentemente díspares e o modo como eles se relacionam com o país em transformação.
O eixo da análise de Bernardet é o papel ambíguo e oscilante da classe média brasileira, dividida entre a simpatia pelo proletariado e a subserviência à elite, entre a apatia e o desejo de mudança, entre a revolta estéril e o sonho de ascensão social.
Quatro décadas depois de escrito, este ensaio, saudado em sua época por Paulo Emílio Salles Gomes e Otto Maria Carpeaux (em textos incluídos no livro), mantém intacta sua atualidade e ajuda a iluminar os impasses do cinema que se produz hoje no país.
Esta edição traz um depoimento de Eduardo Coutinho, em que o cineasta fala de sua relação com a obra crítica de Jean-Claude Bernardet, e um prefácio de Carlos Augusto Calil, analisando a importância de Brasil em tempo de cinema a partir de um olhar contemporâneo.