Em 1940, uma eleição na Academia Brasileira de Letras opõe as forças da cultura ao obscurantismo nazifascista. Ao reconstituir um momento crucial da história brasileira, Jorge Amado expõe com humor e ironia as entranhas das nossas elites. Posfácio de Alberto da Costa e Silva.
Em 1940, uma eleição na Academia Brasileira de Letras opõe as forças da cultura ao obscurantismo nazifascista. Ao reconstituir um momento crucial da história brasileira, Jorge Amado expõe com humor e ironia as entranhas das nossas elites. Posfácio de Alberto da Costa e Silva.
Quando o Estado Novo de Getúlio Vargas ainda flerta com o eixo nazifascista, a morte súbita e prematura do poeta Antônio Bruno abre uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Quem prontamente se candidata é o coronel Sampaio Pereira, chefe da repressão política do regime e simpatizante do nazismo.
Alarmados com a possibilidade de ver um inimigo da cultura ocupar a cadeira do boêmio, sedutor e gaiato Bruno, alguns veteranos acadêmicos articulam a anticandidatura de outro militar, de oposição, o general reformado Waldomiro Moreira. Segue-se então uma memorável e imprevisível campanha eleitoral na Academia.
Misturando personagens fictícios a figuras históricas, Jorge Amado reconstitui neste romance de maturidade - escrito em 1979, momento declinante de outra ditadura -, o ambiente político e cultural dos tempos do Estado Novo, em especial no Rio de Janeiro. De vetustos eruditos a operários comunistas, de refinadas damas da sociedade a sórdidos torturadores, os mais variados tipos sociais desfilam por estas páginas, configurando um painel vívido e colorido do Brasil da época.