No primeiro volume desta monumental trilogia escrita nos anos 1950, Jorge Amado traça um retrato ficcional amplo e vívido do início da ditadura do Estado Novo, momento em que Getúlio Vargas mostrava simpatia perigosa pela Alemanha nazista.
No primeiro volume desta monumental trilogia escrita nos anos 1950, Jorge Amado traça um retrato ficcional amplo e vívido do início da ditadura do Estado Novo, momento em que Getúlio Vargas mostrava simpatia perigosa pela Alemanha nazista.
A literatura engajada de Jorge Amado aparece com toda a força nos três romances que compõem Os subterrâneos da liberdade: Os ásperos tempos, Agonia da Noite e A luz no túnel. Neste primeiro livro, escrito em 1954, a ação começa nas vésperas do golpe que implantou a ditadura de Getúlio Vargas, em 1937. O foco se desloca entre a elite do país e o proletariado, traçando um painel vibrante da sociedade brasileira da época, sempre permeado de histórias de amor e traição, de corrupção e valentia.
Entre a base e o topo da pirâmide social, transitam personagens como o jornalista trotskista Saquila, o ex-comerciário Lucas, transformado em agente do governo e falso sindicalista, e sua irmã Manuela, bailarina seduzida por um jovem diplomata devasso e levada a dançar para o próprio Getúlio Vargas numa festa.
Jorge Amado mistura figuras históricas e personagens fictícios, e descreve com a mesma desenvoltura greves operárias e banquetes da alta sociedade, negociatas escusas e comícios populistas, o trabalho anônimo e clandestino dos militantes comunistas e a mentira cotidiana dos jornais sob censura.