Em sua única peça teatral, Jorge Amado narra a triste história de amor entre Eugênia Câmara e o poeta Castro Alves, que se encontrava dividido entre a paixão carnal e a entrega à luta pela liberdade nos últimos anos de sua vida.
Em sua única peça teatral, Jorge Amado narra a triste história de amor entre Eugênia Câmara e o poeta Castro Alves, que se encontrava dividido entre a paixão carnal e a entrega à luta pela liberdade nos últimos anos de sua vida.
Escrita em 1944 por encomenda de Bibi Ferreira, o atormentado e trágico romance entre Castro Alves e a atriz portuguesa Eugênia Câmara é o tema desta única obra de teatro de Jorge Amado. O texto não chegou a ser encenado na época, uma vez que a companhia de Bibi Ferreira se dissolveu, mas foi publicado em livro três anos depois, em homenagem ao centenário do nascimento do poeta dos escravos.
A ação se concentra na última parte da breve vida de Castro Alves (1847-71), entre 1866 e 1870, em Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Em cenas rápidas e diálogos inflamados, alternados com versos célebres de combate, vemos um poeta que divide sua energia e sua inspiração entre duas paixões exigentes: Eugênia Câmara e a luta pela libertação dos escravos e pela instauração da República.
Moderno para a época, o texto inclui peças dentro da peça e um narrador que fala diretamente ao público, além de traçar paralelos entre o movimento abolicionista e a luta contra o nazifascismo no século XX. Pressupõe ainda uma encenação ousada, com atores misturados à plateia.