No segundo volume da trilogia, Jorge Amado retrata ficcionalmente um momento sombrio da história brasileira: o endurecimento do Estado Novo, quando havia um temor real de que o país se alinhasse com as potências fascistas europeias e se tornasse uma ditadura totalitária.
No segundo volume da trilogia, Jorge Amado retrata ficcionalmente um momento sombrio da história brasileira: o endurecimento do Estado Novo, quando havia um temor real de que o país se alinhasse com as potências fascistas europeias e se tornasse uma ditadura totalitária.
O acontecimento crucial do livro é a greve dos estivadores do porto de Santos, que se recusam a embarcar uma carga de café destinada à Espanha num navio alemão, como cortesia de Getúlio Vargas a Franco. Em torno desse evento movem-se os mais diversos personagens, como grevistas, banqueiros, poetas, funcionários públicos corruptos e jovens diplomatas, além de policiais, políticos, jornalistas e militantes comunistas.
A ação não se restringe ao palco das docas santistas, deslocando-se às fábricas de São Paulo, aos cassinos do Rio de Janeiro, às selvas do Mato Grosso e aos campos de combate da Espanha - onde se decide o destino da democracia.
Escrevendo no início dos anos 1950, durante o segundo governo do presidente Getúlio Vargas (1951-4), Jorge Amado tece com maestria essa teia de personagens e situações, com a verve inflamada de quem se opôs frontalmente à ditadura do Estado Novo, mas também com seu humor e lirismo irresistíveis. A luz no túnel, o terceiro volume da trilogia, será lançado em dezembro e contará com posfácio de Daniel Aarão Reis.