Em seu grande épico da condição sertaneja, Jorge Amado narra a saga de uma família de lavradores pobres expulsos de suas terras. O cangaço, o misticismo e os embates políticos pontuam a penosa e acidentada trajetória desses indivíduos, configurando um vívido painel do Brasil. Posfácio de Nelson Pereira dos Santos.
Em seu grande épico da condição sertaneja, Jorge Amado narra a saga de uma família de lavradores pobres expulsos de suas terras. O cangaço, o misticismo e os embates políticos pontuam a penosa e acidentada trajetória desses indivíduos, configurando um vívido painel do Brasil. Posfácio de Nelson Pereira dos Santos.
Escrito em 1946, quando Jorge Amado era deputado federal pelo Partido Comunista, Seara vermelha narra a luta dos sertanejos do Nordeste contra a fome e pela dignidade humana.
Na primeira parte o romance descreve a penosa retirada rumo ao sul de uma família de lavradores pobres, expulsos da roça pelo novo latifundiário da região. Na caminhada pela inóspita caatinga, comandados pelo patriarca Jerônimo, vários vão ficando pelo caminho: uns morrem de fome, outros de doença; a irmã de Jerônimo junta-se aos seguidores de um profeta do apocalipse, o jovem Agostinho e sua prima ficam numa fazenda para trabalhar e casar, outra se prostitui. Poucos concluem a longa jornada até as terras míticas de São Paulo.
Na segunda metade do livro, conta-se a história dos três filhos de Jerônimo que saíram de casa antes mesmo do grande êxodo: Jão vira soldado de polícia, José se torna o temido cangaceiro Zé Trevoada, e Juvêncio engaja-se na luta revolucionária.
A ação se desloca do sertão nordestino aos confins da selva amazônica, do Mato Grosso ao Rio de Janeiro e São Paulo. Acontecimentos cruciais da história do país, como a Revolução Constitucionalista de 32 e sobretudo o Levante Comunista de 35, sem falar do cangaço e das revoltas místicas, são retratados de modo vivo e pulsante neste romance de amplo fôlego, que é também uma narrativa de extrema e dolorosa atualidade.