Novos poemas e Cinco elegias formam um conjunto de grande força e beleza. Mas não é apenas isso: é também um marco de experimentação poética. Esta edição traz um caderno de fotos e resenha de Mário de Andrade.
Novos poemas e Cinco elegias formam um conjunto de grande força e beleza. Mas não é apenas isso: é também um marco de experimentação poética. Esta edição traz um caderno de fotos e resenha de Mário de Andrade.
Não foi por acaso que Vinicius de Moraes deu a seu quarto livro, publicado em 1938, o título Novos poemas: o volume trazia uma mudança de rumo na forma e no conteúdo. Depois de uma fase marcada por versos de tendência mística, nos quais se expressa um sujeito cuja consciência vê-se atormentada pelo pecado e pela culpa, o livro mostra a caminhada decidida do poeta em direção ao mundo material. Assim, acontecimentos cotidianos, laços de convivência, humor e erotismo dão a tônica do livro, composto por versos ágeis, ritmos variados e um lirismo decididamente moderno.
Esse abrir de olhos para o mundo alcança um momento excepcional em Cinco elegias, de 1943. Se os poemas que compõem o livro também são, como os de Novos poemas, representativos de um período de transição, há também um salto: estamos diante de uma experimentação poética e humana que é um marco na poesia brasileira do século XX.
A presente edição abre-se com um caderno de fotos que reproduz, entre outros documentos, manuscritos que registram versões anteriores àquelas que o poeta fixou.
Há ainda um posfácio, escrito especialmente para esta edição por Eduardo Coelho,
e, na sessão "Arquivo", uma resenha de Mário de Andrade que registra a publicação de
Novos poemas, bem como o texto em que Manuel Bandeira recebe com entusiasmo Cinco elegias.