Uma São Paulo surpreendente emerge das quadras de Corsaletti, um dos maiores nomes da nova poesia brasileira.
Uma São Paulo surpreendente emerge das quadras de Corsaletti, um dos maiores nomes da nova poesia brasileira.
Ao longo dos últimos anos, o poeta Fabrício Corsaletti transformou sua coluna na revista sãopaulo, do jornal Folha de S.Paulo, no espaço de uma empreitada rara: colocar a poesia - em vez da prosa - a serviço da crônica do cotidiano, numa série a que deu o nome de "Quadras paulistanas".
Reunidos agora neste livro, ao lado de fascinantes desenhos do artista Andrés Sandoval, os versos feitos ao calor da hora, a partir de fatos, encontros e imprevistos do dia a dia, revelam com que firmeza Corsaletti concebeu o seu mural vibrante e amoroso de São Paulo.
Com generosidade, ele tira a poesia da toca e a põe em movimento pelas ruas, a bordo de inquietos versos metrificados, turbinados com o método telegráfico e irônico do modernismo e o estilo sentimental e aforismático dos versos populares.
Embriagado de realidade, ele percorre os bairros populares, observa os variados tipos urbanos, cinematografa bares e lojas, registra as mutações da linguagem e do comportamento.
O poeta-cronista flana por aí sem amarras, misturando, como notou o crítico Alcino Leite Neto, "objetividade e lirismo, imaginação e notícia, testemunho e confidência, sublime e nonsense".