Pelos olhos de um garoto de doze anos, David Grossman trata com lirismo e perspicácia do intrincado conflito árabe-israelense.
Pelos olhos de um garoto de doze anos, David Grossman trata com lirismo e perspicácia do intrincado conflito árabe-israelense.
Aos doze anos, Aharon Kleinfeld, segundo filho de uma família de refugiados judaico-polonesa, é a cabeça de seu grupo de amigos em um bairro de Jerusalém, Beit-haKerem. Com sua portentosa imaginação, vive criando jogos e aventuras, mas, quando seus amigos começam a amadurecer, o corpo de Aharon se nega a crescer por três longos anos, e às vésperas de seu bar mitsvá ele é o mais baixo da turma. Enquanto se debate com as pulsões de uma sexualidade juvenil tão poderosa, entre 1965 e 1967 ele escuta e observa a realidade cotidiana do entorno, que com as peripécias da história vai se enchendo de feiura, violência e morte. Os canhões da Guerra de Seis Dias ressoam ao longe, mas Aharon já não os ouve mais. Rejeita a ideia de viver conforme a gramática que dita aos homens como deve ser a vida e se refugia na sua "gramática interior", protegido desse mundo adulto que ele julga tão ameaçador. Aharon se sente perdido quando Guidon, seu melhor amigo, e Yaeli, a menina de quem ele gosta, abandonam seu universo imaginativo para se comprometer com os jovens do movimento sionista. Surpreendente e emocionante, capaz de tratar com lirismo e perspicácia de um dos temas mais espinhosos da geopolítica contemporânea, O livro da gramática interior foi adaptado às telas do cinema por Nir Bergman e venceu o Grande Prêmio do Festival de Cinema de Tokyo em 2010.