Lula se sentia confiante. Em um acordo alinhavado pelo ministro Celso Amorim e o primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan, o Brasil estava prestes a quebrar um dos maiores impasses da agenda diplomática internacional: o desarmamento nuclear do Irã Isso elevaria o país a um novo patamar de influência e posição no contexto político mundial. Para contentamento de turcos e brasileiros, a Declaração de Teerã foi assinada no dia 17 de maio de 2010. Mas a suposta conquista que ela representava caiu por terra poucas horas depois. Ao desembarcar na Espanha, vinda de Teerã, a comitiva brasileira recebeu uma ligação da Casa Branca que alterou definitivamente o clima festivo da viagem. Em Aposta em Teerã, Luiz Felipe Lampreia desvenda os bastidores de uma das mais controversas atuações da diplomacia brasileira na era Lula. O autor demonstra com maestria por que a missão diplomática comandada por Celso Amorim estava fadada ao fracasso desde o início.