Em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog apareceu morto numa cela do temível Doi-Codi. O laudo oficial dizia que ele havia se enforcado. A farsa do suicídio não foi aceita pela sociedade, que realizou um grande protesto. Vlado, como era conhecido, e Paulo Markun trabalhavam juntos na TV Cultura e, apesar da diferença de idade - o primeiro, 38 anos, e o segundo, 23 -, tornaram-se companheiros também fora das redações. Os dois eram militantes do clandestino Partido Comunista Brasileiro. Markun, que também chegou a ser torturado, toma por base sua própria história desde a militância estudantil até a prisão para reconstituir a trajetória pessoal e profissional de Vlado.