Uma visão original do Rio de Janeiro, este livro destaca os encontros, convívios e trocas de saber que ajudaram a gerar as culturas do samba e do Carnaval. Trata também da larga história dos processos de urbanização da cidade e suas pluralidades culturais.
Uma visão original do Rio de Janeiro, este livro destaca os encontros, convívios e trocas de saber que ajudaram a gerar as culturas do samba e do Carnaval. Trata também da larga história dos processos de urbanização da cidade e suas pluralidades culturais.
Durante a década de 1990, o Rio de Janeiro ganhou o epíteto de "cidade partida", imagem ainda mais exacerbada pelos contrastes sociais e econômicos. No entanto, esse mesmo caldo cultural foi moldado por fronteiras porosas e encontros multiétnicos. Com base em uma ampla gama de fontes, como teorias urbanas, literatura, pintura, música popular e cinema, além de planos urbanos, censos, testemunhos orais, memórias, cartas e relatos de viagens, Cidade porosa renova os estudos sobre o papel do Rio de Janeiro na formação da cultura nacional e sua importância para os principais debates globais sobre modernidade e práticas urbanas. Oferece ainda uma perspectiva original ao concentrar sua análise na Cidade Nova, área tradicional da cidade, desde sua criação, em 1811. Outrora conhecida como Pequena África ou Bairro Judeu, o bairro sempre foi uma referência importante para escritores, artistas, cientistas sociais pioneiros e visitantes estrangeiros -- de missionários cristãos a Orson Welles. A Cidade Nova também desempenhou um papel central nas narrativas e mitos do Brasil como "o país do Carnaval" ou da "democracia racial". O que é aparentemente insular em Cidade porosa se revela uma análise abrangente em que Bruno Carvalho cunha um novo conceito, o de porosidade, em vez dos já consagrados "sincretismo" e "miscigenação". Publicado originalmente em 2013 nos Estados Unidos, ganhou o prêmio Roberto Reis da Brazilian Studies Association no ano seguinte.
"Bruno Carvalho introduz um conceito novo e fundamental -- cidade porosa -- para entender o Rio de Janeiro, do século XIX até hoje. Se 'poroso' vem daquele que tem poros, que é perfurado, arejado, não compacto, por sua vez o autor politiza a palavra não apenas para pensar processos de inclusão, mas também de exclusão social, com as ambiguidades que o conceito permite. O resultado é um mundo conhecido agora redescoberto." -- Lilia Moritz Schwarcz
"A capacidade de Bruno Carvalho de refletir com rigor sobre as pluralidades culturais que formam o Rio lembra a capacidade de fazer soar instrumentos distintos com notável coesão. O Rio de Janeiro é uma cidade marcada pelo pau: o que bate nos corpos para tirar sangue e o que dá no couro do tambor para criar o mundo. Para entender esse processo de dor e gozo, em geral concomitantes, Cidade porosa é um estudo incontornável." -- Luiz Antonio Simas
"Uma história cultural do Rio de Janeiro que contribui de forma significativa para o entendimento de suas expressões multiétnicas e multirraciais." -- Rosana Barbosa, Canadian Journal of History
"Neste estudo magistral, a Cidade Nova é um microcosmo fascinante para examinar certos paradoxos que definem o Rio e o Brasil de maneira geral, particularmente a coexistência da celebração da mistura racial e a persistência de uma dramática desigualdade racial." -- Rebecca J. Atencio, Bulletin of Spanish Studies