Santiago Roncagliolo, um dos principais nomes entre os jovens escritores peruanos, revela em detalhes como um professor de filosofia da Universidade de Huamanza se transformou no homem mais perigoso do continente americano.
Santiago Roncagliolo, um dos principais nomes entre os jovens escritores peruanos, revela em detalhes como um professor de filosofia da Universidade de Huamanza se transformou no homem mais perigoso do continente americano.
No final da década de 60, havia no Peru mais de 70 grupos de inspiração marxista-leninista. Entre eles, o Partido Comunista do Peru pelo Sendero Luminoso de Mariátegui (sendero luminoso significa "caminho iluminado"), uma dissidência do Partido Comunista do Peru. José Carlos Mariátegui, autor de "Sete Ensaios de Interpretação da Realidade Peruana", era o principal intelectual de esquerda do país. Fundador do Partido Comunista do Peru, defendia que a revolução no país não seria operária, mas camponesa, já que os oprimidos estavam no campo. Seguindo a ideologia de Mariátegui, Abimael Guzmán foi o principal líder do Sendero Luminoso. Considerado até hoje um dos grupos terroristas mais perigosos do mundo, a luta armada entre os guerrilheiros e o governo peruano causou, no período de 15, anos quase 70 mil mortes. Mas como Guzmán se transformou na quarta espada do comunismo internacional, ao lado de Lenin, Mao e Stalin, e inspirou em seus seguidores um comprometimento absoluto?
Em A Quarta Espada, Santiago Roncagliolo, um dos principais nomes entre os jovens escritores peruanos e vencedor do Prêmio Afaguara de 2006, revela em detalhes como um professor de filosofia da Universidade de Huamanza se transformou no homem mais perigoso do continente americano. O autor escreveu a reportagem a partir das informações obtidas com os próprios protagonistas do movimento - foram mais de três anos de pesquisas e centenas de encontros com militantes senderistas, com policiais que investigaram suas atividades e com carcereiros da prisão de segurança máxima da Base Naval da Marinha de Guerra do Peru, construído especialmente para abrigar Abimael Guzmán. Ao longo da obra, Santiago Roncagliolo faz um retrato detalhado sobre a mente e os atos de Abimael Guzmán e das relações entre os diferentes membros do grupo terrorista peruano, tornando a reportagem ainda mais consistente ao revelar o que testemunhou durante sua juventude.