Semana trezentos e quarenta e dois

24/03/2017



Companhia das Letras

Os fuzis e as flechas, de Rubens Valente Soares
Os fuzis e as flechas é uma investigação jornalística que descreve centenas de mortes de indígenas durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Durante um ano, o autor entrevistou oitenta pessoas, entre índios, sertanistas, missionários e indigenistas, percorreu 14 mil quilômetros de carro, esteve em dez estados e dez aldeias indígenas do Amazonas, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Além de se valer de milhares de páginas coletadas em arquivos de Brasília, São Paulo e Rio, o livro traz à tona registros inéditos de erros e omissões que levaram a tragédias sanitárias durante a construção de grandes obras, como a rodovia Transamazônica, que cruzou a Amazônia de leste a oeste.

Diários da presidência - Vol. 3 - Fernando Henrique Cardoso
Em 1º de janeiro de 1999, Fernando Henrique Cardoso inaugurou seu segundo mandato em meio a sérias tensões econômicas. O ambiente político, que era de relativa calmaria, mudaria radicalmente em poucos dias com a desvalorização forçada do real, ocasionada por um forte ataque especulativo. As negociações com o FMI levaram ao endurecimento do ajuste fiscal iniciado em 1998, que foi mal recebido pela população. Alguns meses depois, com a recuperação da economia, a popularidade presidencial voltou a subir. Mas, de olho na sucessão de FHC e nas eleições municipais de 2000, a base aliada no Congresso passou a exigir cada vez mais cargos e verbas para se manter coesa, enquanto aumentava a estridência da oposição. No plano externo, o Brasil reforçou seu protagonismo na América do Sul. Ao mesmo tempo, o país continuou na trilha da inserção soberana no capitalismo globalizado. No volume 3 de seus Diários, Fernando Henrique mostra como se deu na prática, entre as contingências da política e da economia, sua luta pela "terceira via" do desenvolvimento com justiça social. Uma leitura que esmiúça os bastidores da política brasileira a partir do olhar arguto do ex-presidente.
 

Companhia de bolso

Homem comum, de Philip Roth
Em Homem comum, Philip Roth explora o tema da perda, do arrependimento e do estoicismo ao voltar sua atenção para a luta de um homem contra a mortalidade. Acompanhamos o destino do protagonista a partir de seu primeiro confronto com a morte, nas praias idílicas dos verões da infância, passando pelos conflitos e pelas realizações da idade adulta, até a velhice, quando ele fica dilacerado ao constatar a deterioração de seus contemporâneos e dele próprio. Artista comercial de sucesso, ele tem dois filhos do primeiro casamento, que o desprezam, e uma filha do segundo casamento, que o adora. É amado pelo irmão e é também um ex-marido solitário, tendo destroçado seus três casamentos. No final, é um homem que se transformou naquilo que não quer ser.

O teatro de Sabbath, de Philip Roth
Brilhante e despudorado, este romance de Phillip Roth apresenta ao leitor o sexagenário Mickey Sabbath, artista de fantoches aposentado. Desempregado, sujo e trapaceiro, ele arrasta o leitor para o seu labirinto de adultério e morte. No auge da carreira, Roth realiza uma façanha de virtuosismo dramático. Entre as muitas perguntas que o livro suscita, uma se destaca: até que ponto é possível escrever sobre o sexo? O erotismo e uma profunda compaixão pela humanidade caminham de mãos dadas neste romance que já se tornou um clássico da literatura contemporânea.
 

Penguin


Sobre a liberdade & A sujeição das mulheres, de John Stuart Mill
O indivíduo deve ser livre para direcionar sua vida como preferir em tudo aquilo que não cause dano a terceiros. Homens e mulheres devem viver em igualdade. Essas proposições estão no cerne de Sobre a liberdade e A sujeição das mulheres. Mill enxergava três fontes de despotismo à sua volta: o Estado, o costume e a opinião pública. Graças a elas, os indivíduos passavam a vida numa existência atrofiada, sem experimentar seu verdadeiro potencial. Contra essa diluição dos indivíduos, Mill elaborou sua defesa da liberdade. Quanto às mulheres, Mill exige a plena igualdade legal - numa época em que elas nem sequer podiam votar - e defende que os homens se desvencilhem de antigos preconceitos. Essas obras poderosas convidam ao exercício de uma ética da liberdade e buscam a compreensão de hábitos e opiniões diferentes dos nossos. Trata-se de pilar fundamental em tempos de intolerância e fanatismo como os de hoje.
 

 

Objetiva


Alfabeto da sociedade desorientada, de Domenico De Masi
Beleza, gênio, trabalho, desorientação. Essas são algumas das palavras que Domenico De Masi, o pai do ócio criativo, usa para nos desafiar, para demonstrar que conceitos que consideramos óbvios, na verdade, estão bem longe da obviedade. Por trás de cada uma delas existe um mundo: no passado, tais vocábulos tinham significados e valores diferentes, logo eram diferentes também as implicações na vida dos homens e no seu universo mental. Alfabeto da sociedade desorientada é muito mais que a soma de suas partes — é um retrato inspirado do nosso presente, e lança o desafio de dar a essas mesmas palavras novos significados.

Talvez você também goste, de Tom Vanderbilt
Todos sabemos qual é nossa cor favorita, a comida de que mais gostamos e quais as séries que merecem mais estrelas na Netflix. Mas o que quer dizer realmente gostar de algo? Como decidimos o que é bom? É algo biológico? Qual o papel de nossas experiências pessoais em moldar nossos gostos? E como as empresas fazem uso dessa informação? Talvez você também goste mergulha fundo na psicologia, nas estratégias de marketing e na neurociência para responder a essas fascinantes e complexas perguntas. Tom Vanderbilt explora como formamos nossas preferências - e como elas nos formam. Ele explica como é difícil, mesmo para especialistas, entender exatamente o que faz alguma coisa ser boa ou divertida, e como o sucesso de muitas empresas depende da complicada tarefa de prever do que vamos gostar.
 

Reimpressões

Dois irmãos, de Fábio Moon
As aventuras de Tibicuera, de Erico Verissimo
Isaac Newton e sua maçã, de Philip Reeve
Medo: Histórias de terror, de Helene Montardre
20 000 léguas submarinas, de Paul Wright
Comédias para se ler na escola, de Luis Fernando Verissimo
A rainha vermelha, de Victoria Aveyard
Espada de vidro, de Victoria Aveyard
As pequenas memórias, de José Saramago
Livro do desassossego, de Fernando Pessoa
Flor do cerrado: Brasília, de Ana Miranda
Crônicas para ler na escola - José Roberto Torero, de José Roberto Torero
Toda sua, de Sylvia Day
Boa Companhia - Crônicas
Hocus pocus, de Kiara Terra

 
Compartilhe:

Veja também

Voltar ao blog