Cinco livros nacionais com amor entre mulheres

29/08/2024

29 de agosto foi a data escolhida para a celebração do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, em razão do 1° Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), ocorrido em 1996.

Agosto também foi palco de outro marco histórico, anos antes. Em 19 de agosto de 1983 — data hoje reconhecida com o Dia do Orgulho Lésbico —, mulheres lésbicas protagonizaram a primeira manifestação que se tem notícia no país, contra a discriminação e a proibição da distribuição do folhetim Chanacomchana. O ato aconteceu no Ferro's bar, em São Paulo, local emblemático para a causa.

Buscando celebrar, sem deixar de refletir, sobre as datas e as lutas de mulheres lésbicas no Brasil, preparamos uma lista com 5 livros de autoras nacionais lésbicas!

Confira os títulos:

1. Pigmento, de Aline Zouvi

Pigmento é uma história de amor para ser tatuada na pele (capa: Alissa Queiroz)

A graphic novel de estreia de Aline Zouvi, um dos nomes mais originais da nova geração do quadrinho brasileiro.

Clarice é uma jovem tatuadora que não consegue se tatuar. Há algo de misterioso no fato de a tinta não se fixar em sua pele. Um dia, conhece Lívia, uma restauradora de livros, e desse encontro vai nascer uma relação que mudará a vida de ambas.

Num universo feito de tinta e símbolos, e repleto de referências (de Emil Ferris a Virginia Woolf, de René Magritte a Ana Cristina César, de Carl G. Jung a Paul B. Preciado), Aline Zouvi arma uma teia fascinante em que desejo, sexualidade e autodescoberta se conectam aos mistérios (e possibilidades) do corpo e do inconsciente.

2. Eu, minha crush e minha irmã, de Bia Crespo

Romance de estreia de Bia Crespo, esta é uma história hilária sobre primeiros amores, o amor entre irmãs e o amor-próprio (capa: Luísa Fantinel)

Antônia se meteu numa baita confusão. Ela topou um namoro de mentira com sua maior crush, Júlia. Tudo porque Júlia quer ficar mais perto de Tamires, irmã de Antônia – e a lésbica mais disputada da faculdade. Antônia não quer enganar a irmã e tem plena consciência de que Júlia está se aproveitando da situação, mas é impossível dizer “não” quando sua crush tem os olhos grandes e expressivos, o cabelo cheiroso, um sorriso radiante...

3. Ninguém quis ver, de Bruna Mitrano

Novo livro de Bruna Mitrano, revelação da poesia brasileira contemporânea (capa: Kiko Farkas)

Com sensibilidade brutal e contundente, Ninguém quis ver aprofunda reflexões sobre a vida à margem, condição relacionada à desigualdade de gênero, mas também ao contexto geográfico e social.

Nascida na periferia do Rio de Janeiro, Bruna Mitrano faz parte de uma nova geração de autoras que têm reinventado a linguagem poética. Para a professora e crítica literária Heloisa Teixeira, que assina a orelha do volume, a poeta “consagra-se como uma das grandes revelações da poesia contemporânea e da poesia de mulheres, que veio com força para desafiar uma realidade que 'ninguém quer ver' e, assim, construir outro futuro”.

4. Controle, de Natalia Borges Polesso

A estreia de Natalia Borges Polesso no romance, com um livro sobre o amor e a amizade entre duas mulheres (capa: Mateus Valadares)

Conhecida por sua escrita ritmada, informal e envolvente, Natalia Borges Polesso apresenta, em Controle, uma narrativa impactante sobre relações homoafetivas entre mulheres, o poder do desafio e, acima de tudo, as escolhas que precisam ser feitas para que as pessoas se tornem quem elas querem ser. Mesclando citações de letras da banda New Order em seu texto, a autora escreve um romance geracional que permanecerá na mente do leitor.

5. Mata Doce, de Luciany Aparecida

Antigas rixas familiares, segredos do passado, sentimentos clandestinos e muitos mistérios, numa delicada costura narrativa (capa: Ale Kalko)

No primeiro romance que assina com o próprio nome, Luciany Aparecida narra, com uma prosa lírica e de força singular, os trágicos acontecimentos que cercam um pequeno vilarejo rural no interior da Bahia. Mata Doce é um romance épico, delicado e poderoso, que entrelaça passado e presente em uma obra majestosa, e desde já um marco da literatura brasileira contemporânea.

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