"A poesia resiste à falsa ordem, que é, a rigor, barbárie e caos, 'esta coleção de objetos de não-amor' (Drummond)." A idéia de poesia como resistência permeia os seis ensaios deste livro; neles está expressa uma posição ética que se reflete diretamente na compreensão dos objetos estéticos.
"A poesia resiste à falsa ordem, que é, a rigor, barbárie e caos, 'esta coleção de objetos de não-amor' (Drummond)." A idéia de poesia como resistência permeia os seis ensaios deste livro; neles está expressa uma posição ética que se reflete diretamente na compreensão dos objetos estéticos.
"As palavras 'ser' e 'tempo', no título deste volume, definem as tônicas dos seis ensaios que o constituem. São ensaios no sentido mais nobre do gênero: jogo criativo da inteligência a mover-se, alerta e sensível, no espaço que vai do geral ao particular; dos parâmetros da essência às formas de sua atualização histórica; do ser ao tempo da poesia. O ser da poesia - a imagem que 'busca aprisionar a alteridade estranha das coisas e dos homens'; o som no signo, 'a figura do mundo e a música dos sentimentos' recuperadas via linguagem; o ritmo da frase do discurso poético, 'imagem das coisas e movimento do espírito'. O tempo da poesia - a resposta dos poetas ao estilo capitalista e burguês de viver, desde 'o autismo altivo' do 'símbolo fechado' à paródia negativista que 'brinca com o fogo da inteligência'; os valores religiosos, éticos e políticos da ideologia a fundarem a unidade de perspectiva na Divina Comédia; Giambattista Vico, 'mente poética em tempos analíticos' que investigou 'o ser da Poesia, em termos de linguagem', numa abordagem antecipadoramente estrutural". José Paulo Paes