Ismail Kadaré transforma a saga da construção da pirâmide de Quéops numa alegoria do poder totalitário. Para o escritor albanês, esse monumento é um símbolo paradoxal: representa o poder absoluto do faraó, mas é também o seu túmulo.
Ismail Kadaré transforma a saga da construção da pirâmide de Quéops numa alegoria do poder totalitário. Para o escritor albanês, esse monumento é um símbolo paradoxal: representa o poder absoluto do faraó, mas é também o seu túmulo.
Ismail Kadaré narra, neste romance, a saga da construção da maior de todas as pirâmides: a do faraó Quéops. Carregando uma maldição em cada uma de suas pedras, esse monumento é, ele mesmo, uma parábola sobre o poder e a morte. A pirâmide é um símbolo paradoxal: representa o poder absoluto do faraó, mas é também o seu túmulo. Espalha a morte, esmagando os que carregam suas pedras durante a construção, e condena ao silêncio os que conhecem ou arquitetaram seus segredos e labirintos; ao ser concluída, entretanto, assinala que o faraó já pode morrer.Enquanto Kadaré escrevia este romance, em 1988, operários construíam na capital da Albânia um museu em forma de pirâmide, para homenagear os oitenta anos de nascimento do ditador Enver Hoxha, morto em 1985. Um trecho de A pirâmide foi publicado às vésperas da queda do comunismo albanês, em 1990, ano em que Kadaré se exilou na França. A íntegra do romance só pôde ser editada em 1992.