Nestas duas pequenas jóias literárias, escritas com intervalo de quase vinte anos, Ismail Kadaré reforça suas posições políticas sobre a recente história da Albânia comunista, dando-lhe uma nova dimensão mitológica e trágica.
Nestas duas pequenas jóias literárias, escritas com intervalo de quase vinte anos, Ismail Kadaré reforça suas posições políticas sobre a recente história da Albânia comunista, dando-lhe uma nova dimensão mitológica e trágica.
Durante o 1o. de Maio albanês, um jornalista que não se cansa de criticar o regime se vê dividido entre presenciar o desfile oficial - para o qual foi estranhamente convidado - e esperar pela namorada Suzana, que se afastara dele por recomendação do pai, alto figurão do governo. A submissão de Suzana é comparada ao destino da filha de Agamenon, sacrificada pelo pai para aplacar a fúria dos deuses.
Escrito quase vinte anos depois de A filha de Agamenon - cujos manuscritos tiveram de sair da Albânia escondidos na mala do editor francês de Kadaré -, o thriller político O Sucessor retoma os personagens do primeiro romance e o episódio nunca esclarecido da morte do primeiro-ministro Mehmet Shehu, em 1981, durante o governo de Enver Hodja.
Com o humor melancólico e a dimensão mitológica que o transformaram num dos maiores escritores da atualidade, Kadaré cria duas pequenas obras-primas, tomando como pano de fundo a história recente da Albânia comunista.
"Obra-prima da miséria e da grandiosidade humanas" - Financial Times (sobre O Sucessor)