A trama deste romance salta da China abalada pela agonia de Mao para Paris, atravessando a vastidão dos céus ou detendo-se numa estação de escuta no Pólo Norte, onde um espião enlouquece aos poucos. Mas seu epicentro é a pequenina, milenar e rebelde Albânia dos anos 70.
A trama deste romance salta da China abalada pela agonia de Mao para Paris, atravessando a vastidão dos céus ou detendo-se numa estação de escuta no Pólo Norte, onde um espião enlouquece aos poucos. Mas seu epicentro é a pequenina, milenar e rebelde Albânia dos anos 70.
Este Concerto é um romance de intriga e suspense, assim como Os irmãos Karamazov é em certo sentido um policial e Grande sertão: veredas, uma história de guerra. Mas basta arranhar sua superfície para penetrar na profundidade vertiginosa das grandes obras de arte. Concerto no fim do inverno é a mais recente obra de um romancista, que fez com que Marguerite Yourcenar afirmasse: "a literatura albanesa hoje é bem maior que a francesa". Ismail Kadaré, miúdo, grossos óculos, nascido numa cidade tão cheia de ladeiras que "os bêbados ao tropeçarem caem nos telhados", auto-exilado em Paris desde 1990, é comparado pela crítica européia a Homero, Shakespeare, Tolstoi...A trama salta da China, abalada pela agonia de Mao Tse-tung, para Paris, atravessando a vastidão dos céus ou detendo-se numa estação de escuta no Pólo Norte, onde um espião enlouquece aos poucos. Mas seu epicentro é a pequenina, milenar e rebelde Albânia dos anos 70, que rompe com a China em nome da pureza socialista.