O renomado historiador alemão faz um retrato da burguesia vitoriana do século XIX, tendo como base o diário íntimo de Arthur Schnitzler, onde o escritor austríaco registrou tensões de sua vida familiar, comentários sobre o panorama artístico da época, angústias e temores, bem como detalhes sobre sua inflamada sexualidade.
O renomado historiador alemão faz um retrato da burguesia vitoriana do século XIX, tendo como base o diário íntimo de Arthur Schnitzler, onde o escritor austríaco registrou tensões de sua vida familiar, comentários sobre o panorama artístico da época, angústias e temores, bem como detalhes sobre sua inflamada sexualidade.
Como escrever a biografia de toda uma classe social no século XIX? O romancista e dramaturgo austríaco Arthur Schnitzler é o guia escolhido por Peter Gay para estudar a formação da cultura burguesa, no período que vai da derrota de Napoleão em Waterloo, em 1815, até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914.A obra que conduz o historiador é o diário íntimo de Schnitzler. Peter Gay relaciona as experiências familiares, as obsessões sexuais e as neuroses de seu "mestre de cerimônias" a testemunhos de cientistas, artistas e políticos, assim como de burgueses comuns, e constrói um painel em que o leitor assiste à emergência das atitudes predominantes na classe média (ou "classes médias", como prefere o historiador) na Europa ocidental e nos Estados Unidos.Muitas dessas atitudes influenciam ainda hoje o comportamento de nossos contemporâneos do século XXI, em aspectos como relacionamento familiar, amores conjugais e extra-conjugais, agressão entre indivíduos e classes sociais, ansiedades pessoais e coletivas, religião, ciência e superstição, ética burguesa do trabalho e gostos em matéria de arte.