Nesta pesquisa pioneira, uma visão ampla e aprofundada sobre as diversas maneiras como o trabalho escravo foi concebido e explorado no continente americano. Abordando três séculos de escravidão, Rafael de Bivar Marquese lança nova luz à compreensão histórica de nosso continente.
Nesta pesquisa pioneira, uma visão ampla e aprofundada sobre as diversas maneiras como o trabalho escravo foi concebido e explorado no continente americano. Abordando três séculos de escravidão, Rafael de Bivar Marquese lança nova luz à compreensão histórica de nosso continente.
O trabalho escravo, base da economia colonial nas Américas, gerou intensos debates entre senhores, governantes, letrados e juristas. Como seria administrar uma propriedade de modo que os escravos gerassem altos lucros, evitando ao mesmo tempo as perdas, as fugas e as revoltas? Ao lado dessa questão pragmática, que interessava sobretudo os investidores na economia colonial, impunham-se também problemas filosóficos: como conceber a escravidão num mundo que caminhava para a modernização econômica e política?
Na análise de leis, tratados morais, manuais agrícolas, obras econômicas e artigos acadêmicos referentes ao Brasil, a Cuba, aos Estados Unidos e ao Caribe inglês e francês ao longo de três séculos, o historiador Rafael de Bivar Marquese mostra como o trabalho escravo foi concebido nas diversas regiões da América. A princípio inspiradas nas teorias clássicas e cristãs, pouco a pouco essas idéias se deixaram permear pelos novos princípios econômicos e políticos, dialogando de forma direta com o pensamento abolicionista.
Como observa a historiadora Silvia Hunold Lara, que assina o texto de orelha do livro, o exame das raízes teóricas e dos objetivos pragmáticos que permeavam a gestão dos escravos indica a articulação estreita entre economia e política, e ajuda a ampliar o debate sobre aspectos cruciais de nossa formação histórica.