Pouco antes de morrer, Pierre Bourdieu redigiu esta reflexão sobre seu passado, sua trajetória intelectual e os embates entre os principais pensadores franceses dos anos 50 e 60, como Raymond Aron, Michel Foucault e, sobretudo, Jean-Paul Sartre.
Pouco antes de morrer, Pierre Bourdieu redigiu esta reflexão sobre seu passado, sua trajetória intelectual e os embates entre os principais pensadores franceses dos anos 50 e 60, como Raymond Aron, Michel Foucault e, sobretudo, Jean-Paul Sartre.
Concebido a partir de um curso ministrado no Collège de France, Esboço de auto-análise é o livro mais pessoal do sociólogo Pierre Bourdieu. Escrito em 2001, poucos meses antes de sua morte, o texto mescla a narração de momentos-chave de sua vida a um estudo da posição que ocupou no campo intelectual.
A infância e os ritos de passagem no internato, a vivência familiar numa província pobre do sudoeste da França e a experiência como sociólogo na Argélia compõem alguns dos temas do livro. Mas o cerne da atenção é dedicado aos jogos de força entre as principais escolas de pensamento na França naquele período, com destaque para as figuras de Raymond Aron, Michel Foucault e, sobretudo, Jean-Paul Sartre.
De acordo com Bourdieu, Sartre foi um dos responsáveis pelo estabelecimento de um modelo de atividade intelectual pautado pelo exibicionismo retórico e pela ambição desmedida - e é no embate com esse modelo que o autor reconstrói sua trajetória.
Traduzido pelo sociólogo Sergio Miceli, que também assina a introdução, e ilustrado com fotos tiradas pelo autor em pesquisas de campo na Argélia, Esboço de auto-análise condensa de forma enxuta e elegante o percurso de um dos mais importantes sociólogos do século XX.