Alberto Manguel narra a história de um modesto funcionário francês que faz da sua câmera fotográfica o instrumento de uma singular experiência erótica. Mais um lançamento da série de livros provocativos iniciada com Diário de um fescenino, de Rubem Fonseca.
Alberto Manguel narra a história de um modesto funcionário francês que faz da sua câmera fotográfica o instrumento de uma singular experiência erótica. Mais um lançamento da série de livros provocativos iniciada com Diário de um fescenino, de Rubem Fonseca.
Nos anos seguintes à Primeira Guerra Mundial, a pacata cidade de Poitiers transforma-se inadvertidamente em laboratório para os experimentos eróticos de Anatole Vasanpeine, empregado da casa de banhos local. Com zelo de historiador e malícia de ficcionista, Alberto Manguel reconstrói o perfil de um personagem que os hábitos regulares e solitários tornam quase invisível a seus concidadãos.
Sob a orientação de um antiquário japonês, Vasanpeine descobre na câmera fotográfica o instrumento apto a rematar o amor que volta às partes do corpo: dedos e unhas, comissuras e cabeleiras, ocos e protuberâncias convertem-se em seres autônomos, livres da tirania de seus respectivos donos.
Mas que não se tome Vasanpeine por voyeur ou fetichista: ele é antes um "filósofo natural", cúmplice das formas que anseiam "atingir uma existência arquetípica", e sequioso, ele mesmo, de livrar o desejo erótico da incompletude e da melancolia que vêm no encalço de todo ato amoroso. E tudo parece correr bem, até que uma singular criatura, fragmentária e indivisível venha frustrar seu empenho e devolvê-lo ao tormento amoroso...